quarta-feira, 11 de abril de 2007

O papel do ensino superior privado no futuro do Brasil

O papel do ensino superior privado no futuro do Brasil

Especialmente os que lecionam no ensino fundamental:

"The direction in which education starts a man will determine his future life." Plato (427 BC-347 BC); Greek philosopher.

Numa tradução minha - "A direção em que a educação inicia uma pessoa determinará seu futuro". Platão (427 AC - 347BC); Filosofo grego.

O papel do ensino privado no futuro do Brasil é muito mais determinante do que o público, pois têm embutidas nele as premissas do que passa a ser realmente importante, do que cada vez será relevante na vida das pessoas e no futuro do próprio negócio do ensino privado. Como seu crescimento e talvez até sua sobrevivência dependa disso, temos uma boa condição inicial para estimular a leitura da reflexão que segue.

A par do importante aspecto da pesquisa, o que realmente interessa, no contexto desta publicação, é que pessoas as universidades formam ou o quanto as deformam.

O estudante típico encontrado nas universidades públicas tem basicamente uma vantagem sobre os das IES privadas – está mais bem preparado e é mais apto para o exame de admissão, o vestibular. Nos demais aspectos, e a partir daí, os estudantes passam a ser muito semelhantes. Com dilemas e dificuldades próximos entre si e até já com vantagens para o que estuda nas IES privadas – normalmente precisam ou precisaram superar bem mais dificuldades para se formar e assim já obtém um treino adicional para enfrentá-las na vida real. E ter a competência de superar adversidades faz muita diferença na vida das pessoas.

Reiteradamente afirma-se que será cada vez menor a oferta de empregos, compensado por mais oportunidades para que as pessoas usem suas competências, seja vinculada diretamente a uma organização ou atuando de forma autônoma. Enquanto as suas competências forem úteis para as organizações ou o mercado. Na medida em que elas forem sendo aprimoradas, a relação se mantém. Se deixarem de ser, a superação deverá ocorrer ou a pessoa será tirada do jogo da vida. Cada vez mais a chamada “lei do mais forte” formulada por Darwin e que na verdade se refere a sobrevivência do mais apto, se manifestará..

Qual das instituições tem melhores condições para se dedicar ao que realmente passa a fazer a diferença no ambiente econômico – desenvolver as competências das pessoas? A que ainda tem status, mas está comprometida pelo corporativismo, onde bastou a pessoa demonstrar a competência importante para a situação – ser aprovada num concurso e a partir daí a estabilidade garante o resto, ou uma na qual todos os dias o mercado exige novas competências dos envolvidos e não tem governo para sustentá-las? Quem fará a transição melhor ou quem a fará primeiro?

Como o mercado, por excesso de oferta, passa a poder realmente definir quem é quem, a escolher e assim exigir, quem mudará primeiro? Seja para aproveitar as oportunidades que o novo patamar proporciona ou obrigado a mudar para sobreviver, certamente serão as privadas, que apesar de pouco ágeis, ainda o são bem mais que as governamentais.

A mudança passa pelo modelo de gestão – as IES terão que ser mais ágeis e para isso precisam alterar seu ciclo de raciocínio e assim de decisão, que na melhor das hipóteses é semestral, quando não anual ou engessado num ciclo de vários anos - o tempo que uma turma leva para se formar. Ela também passa pelo tipo de curso oferecido e seus conteúdos, o mercado exige cada vez mais pessoas competentes, ou seja, pessoas que tenham suas competências desenvolvidas, e isso significa que o modelo de ensino aprendizagem precisa mudar. O papel do professor, o que “entrega a mercadoria” vendida pela instituição, terá que ser profundamente resignificado. Com isso, o processo de avaliação, monitoramento e responsabilização do estudante e sua inserção na vida também o serão.

No fundo, apesar de difícil, por exigir mudanças em algo que não muda desde Parmênides – a forma como se ensina e aprende, é simples. A gestão das IES não mais poderá ser tão amadora como é e o professor passar a ser um mentor, um coach. O resto é conseqüência.

Para essa migração acontecer de maneira mais rápida, menos dolorosa e até mais efetiva, minha recomendação é que se desenvolva uma certificação específica, voltada para as IES privadas, que avalie se a “lição de casa” está sendo feita e inclusive indique caminhos.

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