terça-feira, 17 de abril de 2007

Mestres e Doutores – Assassinos de empresários

Mestres e Doutores – Assassinos de empresários

Devido a falência, se não econômica, estratégica ou moral, do que nos outros países desencadeou e sustenta o progresso, no atual contexto brasileiro as instituições de ensino superior são, possivelmente, as únicas organizações, ou pelo menos as que mais podem contribuir, para que haja uma profunda mudança sócio econômica, para assim obtermos uma adequada justiça social e melhor distribuição de renda. A sua responsabilidade social é enorme. Essa é a razão pela qual decidi escrever esse artigo. O meu posicionamento é duro e direto. Se ele servir para obter apenas mais um aliado, fico satisfeito. A minha expectativa é bem maior. Espero que de uma campanha quixotesca, ela passe a ser uma cruzada.

Não tenho dúvidas quanto ao conteúdo. Durante anos tive contato, como consultor de gestão, com diversas entidades e me dei ao trabalho de observar inúmeras outras.

Segundo a ONU, que catalogou algo como 6416 profissões, a única delas que gera riqueza é a de empresário.

Qual a relação dessa constatação e o ambiente universitário, especialmente o brasileiro?

Como retribuição ao que me proporcionou o país em que nasci, tenho feito palestras e encontros com estudantes, visando estimular o surgimento de empresários, pois só com e através deles para termos a verdadeira justiça social. O empresário, ao se dispor a aceitar riscos, torna-se oportunidade para muitos.

Ao iniciar meus encontros pergunto o que os presentes querem ser no futuro. A grande maioria responde com formações típicas de empregados – enfermeiros, professores ou os quase empregados, autônomos vinculados a organizações como médicos, engenheiros. E quanto mais jovens, apesar de poucos, maior é a quantidade daqueles que dizem querer ser empresários. Esse número vai decrescendo conforme a idade e a formação avança. O pior índice é o final da graduação.

Era de se esperar o contrário. Que pessoas que lecionam no primeiro e segundo grau, até posso aceitar que não estimulem o espírito empreendedor, já que normalmente se limitam a aceitar empregos bastante limitados, mas no nível superior, deveria ser o contrário! A diminuição deveria ser revertida, a disposição de ser empresário deveria ressurgir.

O que, na minha percepção, já que pesquisa é coisa de mestre e dr., ocorre?

O número de professores frustrados com o que fazem, especialmente os mestres e doutores, mas que continuam fazendo, alienados da realidade e verdadeira necessidade de seus clientes, que são os alunos, é enorme. Infelizmente jogam essa frustração sobre pessoas ávidas em absorver modelos e referenciais para a vida. Estas o acabam fazendo, realimentando um ciclo vicioso e perverso.

Isso precisa mudar e para consegui-lo, devemos mudar a forma de avaliar as instituições de ensino. O atual critério, o tal de “conceito”, é completamente distorcido e dá a impressão de ter sido preparado por e para pessoas com interesses corporativistas, no que aceito até estar enganado, pois certamente houve uma enorme boa intenção no seu objetivo, mas a prática não a comprova.

Critério mais importante deveria ser: que futuro se proporciona, na prática para quem se forma? A avaliação deveria ser feita várias vezes – 1, 3 e 5 anos após o estudante estar formado. O argumento de não se ter o controle sobre a atitude do formando, não é válido. As pessoas passam anos à disposição, como alunos. Este tempo deveria ser usado para ensinar conteúdos válidos, para estimular e desenvolver a vontade de fazer, de ser, de ter e assim novamente poder ajudar o ser. No mínimo se formaria melhores empregados. Se os alunos conseguem absorver o negativo, o contrário também pode ser obtido.

Se houver apenas a preocupação por parte do professor, de cumprir horário, fazer algo que permita a sobrevivência para cumprir o seu ciclo biológico, se está cometendo um grande crime: o da mediocrização coletiva. A titulação não tem qualquer validade nesse caso e passa apenas a ser um instrumento pífio para poder dar “carteiraços” irresponsáveis.

Qual a responsabilidade dos reitores?

Total, pois as instituições são um reflexo deles ou com o que estão coniventes.

O que se pode fazer?

Nas ditas públicas, o corporativismo, que é o lado perverso do sadio espírito de corpo, é um grande impeditivo. A capacidade de fazer e obter mudanças por parte do reitor, precisa ser tão grande, que uma pessoa com essas características dificilmente se dispõe a ser um funcionário público.

Nas comunitárias, melhora um pouco pela proximidade da comunidade com a instituição e a cobrança que isso representa quanto ao seu papel. O fato dos dirigentes serem eleitos, os leva a proceder de maneira a aceitar muita mediocridade, para não perder votos, o que faz as chamadas “comunitárias” ter semelhanças com as públicas. Quando o reitor tem o perfil adequado, essas instituições são grandes multiplicadoras de inteligência e riqueza.

Nas confecionais de origem católica, existe uma certa ambigüidade em relação ao lucro, que acaba sendo transmitida para o professor (ou atraindo um certo tipo de personagem) e deste para o aluno, pois não é mais fácil um camelo passar pelo olho de uma agulha do que um rico entrar no céu? Mesmo que a tradução correta seja “amarra de barco” e não camelo, a culpa em ser rico continua existindo. Se estas pudessem contratar um reitor, algum profissional, um empresário que tivesse vendido sua empresa, alguém que tivesse feito história fora do ambiente universitário, isso contribuiria para outra postura da instituição e seus resultados. Essa observação vale também para as comunitárias.

Nas confessionais de outra origem – melhora a postura, mas especialmente pela questão da avaliação, o tal “conceito”, estar também baseado nos mestres e drs., no seu número, não na sua qualidade, estes acabam influenciando mais do que deveriam a cultura institucional. E como a estrutura psicológica destes não é compatível com o empreender, pois fazem questão de ser empregados, muito candidato a futuro empresário é massacrado e desestimulado, mesmo nessas universidades, pela frustração daquele que deveria ser caminho de progresso. Já que ele não tem a coragem de fazer, torna sua missão divina desestimular os outros a fazê-lo.

As privadas, seja qual for a cobertura usada para ter essa denominação, são as que de longe menos massacram. O reitor, normalmente é o dono e assim um empresário bem sucedido, com boas possibilidades, pelo seu nível de exigência, de atrair professores com uma estrutura psicológica sadia. Desde que exerça essa exigência. Quantos reitores fazem avaliações anuais de desempenho e eliminam os inadequados? Outro fator que contribui positivamente é que muitos professores destas instituições usaram a formação, o seu mestrado, doutorado, para evoluir profissionalmente e com freqüência estão presentes na iniciativa privada como executivos, empresários ou consultores. Com isso se expõe a avaliação mais poderosa que existe: o mercado. Os que buscaram seu titulo de mestre ou doutor, apenas por falta de vontade e disponibilidade para se expor a uma avaliação na dura realidade da vida prática, sem opção quanto ao que fazer por não querer enfrentar essa dura realidade, não se sentem bem nessas instituições, as deixam ou se tornam tão inconvenientes que são expelidos ou marginalizados. Tentam se transferir, e pior, até o conseguem, para aquelas onde o que vale é a titulação e não o ser instrumento de evolução.

Quanto mais sadio psicologicamente o reitor, o empresário que as dirige ainstituição, mais isso se reflete nos resultados, nos professores e alunos.

Como houve, não só percepção de oportunidade, mas também oportunismo, ainda sobrevivem alguns “reitores”, que não merecem a oportunidade que estão tendo – ser multiplicadores de inteligência e riqueza! Para saber se a pessoa é do tipo sadio ou do mediocrizante, basta analisar o quanto ela é conivente com o baixo desempenho, postura inadequada de professores, diretores, pro-reitores, insatisfação dos alunos quanto a seu futuro. No caso de aceitar medíocres no processo, independente da desculpa que usem para justificar essa atitude, eles não passam de donos de um tubo. De um lado entra um jovem esperançoso e do outro sai um pré-adulto frustrado, moído por um bando de frustrados que se aproveitam da pureza e ingenuidade dos jovens para massacrá-los. Jovens que muitas vezes passando por enormes sacrifícios pessoais e familiares, para obter essa ”passagem”, o que torna mais perversa ainda a situação.

Para mudar, pode-se começar pelo básico, ter, por exemplo, uma incubadora empresarial. Melhor se a instituição assumir empresas, de bom potencial, mas de pequeno porte, para que haja uma história para analisar, decisões a tomar. Pode-se colocar um responsável com uma boa história, por exemplo, um empresário que tenha feito sua sucessão, para coordenar o processo. Alunos e especialmente professores podem se experimentar na prática. Fica fácil avaliar quem tem condições e merece ser professor e quem não. E numa empresa, absolutamente todas as especialidades, podem se experimentar. Pode-se até proporcionar que um estudante de um curso muito distante do empreender, como biblioteconomia, descubra o seu potencial e vire, por exemplo, um editor. Atitudes assim inoculam a genética da instituição e modificam a cultura dela. Naquelas em que pude acompanhar, ou encontrei o processo implantado, o nível de satisfação, qualidade de vida, motivação, engajamento, de quase todos era muito bom. As pessoas eram felizes, bem mais felizes.

O que fazer com os mestres e doutores? Aqueles que se diferenciam e são multiplicadores de inteligência e riqueza (insisto ad nauseum nestas duas palavras, pois elas são decisivas), devem ser compensados adequadamente. Inclusive na sua remuneração. Para saber quem são, pode-se analisar sua história. Muitas vezes já tiveram oportunidade de demonstrar sua validade e constantemente o fazem, mesmo tendo estado sempre vinculados ao ensino. Para os demais, existem atividades que são bastante adequadas para pessoas com disponibilidade para a teoria, como pesquisa e desenvolvimento, desde que parte dos recursos necessários seja obtida pelo próprio interessado, em empresas ou organizações diferentes da sua, que se beneficiem dos resultados da sua pesquisa. Basta colocar essa regrinha e muitos já desaparecem, pois são bons em reclamar, invejar e enrolar. Podem ainda lecionar matérias que são “enche lingüiça” e que não comprometam a instituição em que lecionam e nem desestimulem os alunos a dar vazão a sua capacidade de fazer, de empreender. No entanto, uma parte deles, deve ser “levada” a buscar alguma atividade mais coerente consigo e com o país em que vivemos e suas necessidades, longe de pessoas normalmente com um bom nível de saúde psicológico, mas ainda frágeis nas suas convicções. Já que não se pode prendê-las por assassinato, pois ainda não é crime o assassinato psicológico, podem trabalhar, por exemplo, com os seus iguais – recuperação de criminosos nos presídios!

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Vinde a mim o cliente

Vinde a mim o cliente
Muitas pessoas, mas mais intensamente as com especial inteligência ou habilidade técnica, tem verdadeiro pavor de ter que vender e principalmente ter que “se vender". Esse fenômeno é potencializado pelo que Nelson Rodrigues identificou no brasileiro em geral: sofre do “complexo de vira lata”, mesmo sendo lobo ou leão! Os mais sadios ainda tentam compensar essa postura com a filosofia: "vou fazer tão bem feito, que alguém já há de vir e comprar o que faço”. Isto até funcionou por um bom tempo. Hoje, seja pela globalização ou pelo fenômeno sociológico que for, não basta. Precisa-se ir ao mercado imbuído da necessária vontade de vender/vencer.
Essa postura de subserviência, de expectativa que um outro venha e “nos compre”, esse bloqueio interno, tem uma origem razoavelmente comum. Normalmente as pessoas que mais dão vazão ao seu potencial de fazer, criar, etc., e menos a de vender, são as que foram os filhos prediletos das suas mães. Prediletos mas usados como compensação, para suprir alguma necessidade imatura dela.
Principalmente quando se é um destes, se está acostumado a ser servido. E pela mãe, a mulher mais importante do mundo, pelo menos para aquela pessoa! Como reciprocidade, tende-se a fazer bem feito aquilo que é prioritário para quem nos ama especialmente. Isso vale inclusive quando existe desvio de conduta. Muitos deles, pelo menos dos que eu pesquisei, eram apenas uma correspondência à um desejo, inconsciente que fosse, de uma mãe! Às vezes a figura dela pode ser substituída por uma professora, uma avó ou até uma madrinha. Mas sempre existe.
Uma vez que se está acostumado a ser servido, quando se deve servir alguém que não nos ama, como é o mercado, principalmente no início, nos sentimos incapazes, pequenos, traídos. Não é nenhum acaso, que muitos empresários, bem sucedidos e não só economica-mente, numa certa época da sua vida terem sido garçons ou vendedores.
A grande vantagem, quando a pessoa se supera (o que é algo interno, pessoal, que ninguém vai fazer isso por ela!), quando treina, repete, vai de novo, não desiste nem na enésima vez em que não é bem sucedida, num certo momento, “vira a chave”. Todos os que não desistem, apesar das armadilhas que eles mesmos se armam, que superam o bloqueio, se tornam vendedores/vencedores! A megera horrível e feia, como percebem o mercado, vai se transformando numa fantástica mulher, cada vez mais disponível, atraente e com melhores retornos.
Onde está a importância disso tudo? Ser empresário é uma arte superior. Mesmo que a pessoa seja empresário de si mesmo, como são os médicos, os agricultores, por exemplo, ela deu vazão, apenas parcial muitas vezes, ao potencial com o qual os todos os seres humanos nascem. Essa arte é tão bela e qualificada, como é a dos grandes pintores, músicos, etc., com uma característica a mais: ela é o braço operador da Providência Divina, pois o empresário se torna oportunidade e fonte de crescimento de outros e não apenas dos empregados diretos. Por exemplo, sem empresas, não existem impostos que sustentam tantas e tantas outras pessoas.
Qual a atividade mais nobre, mais difícil na superior arte de empresariar? Vender! Portanto, deve-se buscar a venda sempre. Sem jamais se humilhar, pois afinal não se é nenhum vira lata que implora por comida. Vender engloba desde conseguir que nos recebam e deixem demostrar o nosso produto ou serviço, até mobilizar outros com idéias e ideais. E uma vez recebidos, ou na liderança de algo, se não comprarem ou se não nos seguirem, isso significa que é preciso se aprimorar mais ainda. A chave ainda não está “virada”.
Certamente vale a pena, persistir, pois é enorme o crescimento econômico, social e especialmente pessoal (o que tem a ver com felicidade…), que aguarda os que romperem o bloqueio. Olhando depois para trás se verá que não foi tão difícil assim.
O que fazer? Basta se lembrar do que diz uma versão melhorada de um velho provérbio: para uma grande caminhada é necessário dar tantos primeiros passos quantos forem necessários…
Harry Fockink harry@fockink.com.br

Quem tem medo das privatizações?

Quem tem medo das privatizações?

Em toda a véspera de eleição ocorre sempre a mesma gritaria. São os funcionários das empresas estatais, de seus sindicatos e outros interessados, querendo conseguir um compromisso público dos candidatos a favor da manutenção das empresas nas mãos do Estado. Isso sem contar as estratégias eleitoreiras.

Tirando essas últimas, um tempo achei que eram apenas corporativismo e defesa de benesses, mas recentemente, ao ter contato com um conceito chamado de "QA - Coeficiente de Adversidade" criado por um cientista americano, Dr. Paul Stoltz, vi que era muito pior do que isso.

Coeficiente de Adversidade, segundo o Dr. Stoltz é a capacidade e o tipo de reação dos seres humanos perante os problemas, em média 25 significativos por dia. Todas as pessoas têm o seu QA, mas com grandes variações entre si. Quanto menor, piores as reações e maior o risco da pessoa se desequilibrar, se imobilizar ou reagir negativamente perante a adversidade. Por outro lado, quanto maior, melhor reage.

Foram realizados levantamentos em diversos lugares e em breve isso deverá ocorrer no Brasil também. Algumas evidências devem confirmar situações similares a de outras culturas. Pesquisas informais, análises dos dados dos outros países, conversas com o Dr. Stoltz e leitura dos seus livros indicam que aqui também a gritaria contra a privatização transcende negativamente o corporativismo. É algo doentio e perverso.

O pior QA médio é encontrado no ambiente público – eis porque precisam “cláusulas pétreas”, que impedem a dispensa de funcionários e distância do sadio nível de exigência do ambiente privado. Como normalmente são pessoas inteligentes, pois passaram por algum concurso difícil, a pergunta a ser feita é: escolheram algo assim porque já tinham QA baixo ou ele foi reduzido em função do ambiente? No fundo, tanto faz.

O doentio está no funcionário ser conivente com algo assim, pois o seu QA não é cada vez mais baixo apenas no e para o trabalho, mas para a vida. Ele perde em qualidade, graça, prazer, evolução e como gerador de benefício social. O perverso está na cumplicidade do restante da sociedade em manter uma situação mediocrizante.

O que é ruim para todos, pois o baixo QA médio de quem trabalha nas empresas, seja as “do povo brasileiro” ou outras, faz com que o serviço que prestem tenda a ser inadequado, ou caro, ou... Invertemos todos os valores – quem deveria servir, por que não quer ser confrontado com adversidades, tende a apenas se servir.

Quanto à escala do QA, em seguida, ainda entre os piores (quartil inferior), vem o meio acadêmico. Outra péssima notícia – capacidade de superar adversidades baixo, justo no ambiente onde se deveria formar positivamente o caráter dos nossos jovens! Isso explica a enorme resistência a mudanças neste ambiente (mudar gera adversidades) e o fato de formarmos tantos jovens voltados a passar em algum concurso ou serem empregados.

Segue o QA encontrado na base da pirâmide operacional das empresas privadas, depois vem o da sua gerência intermediária, então o da chamada “alta gerência”. Este é similar aos dos pequenos e médios empreendedores independentes. O mais alto QA médio é o dos empresários. Este último sempre tem sido o maior em todos os países, o que é bastante óbvio.

Didaticamente, quando alguém de QA baixo encontra seu carro com o pneu murcho, se lamenta profundamente e o restante do seu dia está estragado. Ocorrendo o mesmo para uma pessoa com o QA alto, ela simples e automaticamente troca o pneu e reorganiza mentalmente suas atividades adequando-as ao novo cenário. Ou seja, o mesmo episódio para uma pessoa é uma tragédia, para a outra, apenas um transtorno. Isso considerando um problema menor. Imagina quando esses são maiores.

Esse “pequeno detalhe” – como a pessoa reage perante a adversidade, proporciona uma enorme diferença na qualidade de vida e na sua preparação para ela e quanto receia o nível de exigência do ambiente privado. Napoleão dizia – tragédia ocorre quando morremos. Se não é esse o caso, é apenas um transtorno ou uma oportunidade a mais.

A notícia boa é que o próprio Dr. Stoltz também desenvolveu uma metodologia bem acessível e simples para melhorar o QA. Se só o fato de saber que algo assim existe, já faz com que se mude, imagina o que ocorre quando há uma preparação para isso. Um boa parte de como proceder pode-se encontrar nos seus livros traduzidos inclusive para o português.

Elevar o QA é benéfico para pessoa, a sociedade como um todo, pois melhora imensamente a qualidade de vida. De todos, independente onde e com o que se trabalhe, pois o dono do capital não deveria importar, apenas a filosofia e o DNA empresarial.


Ter esse conhecimento e continuar a ser partícipe ou apoiador da não privatização nos torna coniventes com a desgraça alheia e perversos conscientes, algo muito ruim e segundo os adeptos da filosofia oriental, gerador de karma. A consciência para os dependentes do emprego nas empresas, estatais ou não, por baixo QA, e que o querem manter assim, tem implicações muito negativas. Amplifica o risco das suas frustrações se ampliarem mais ainda com as 25 “tragédias” diárias e assim somatizarem algum câncer ou outra doença psicossomática.

Harry Fockink harry@fockink.com.br

Pelotas apenas com o ônus.

Pelotas apenas com o ônus.

Antes que alguém pense em fazer um trocadilho de mau gosto com o título do meu artigo, vou explicar: estou intrumentalizando essa simpática cidade para demonstrar minhas observações sobre a nossa cultura de pouquíssima agressividade comercial.

Os gaúchos são a maior mistura racial do Brasil e talvez do mundo. O que proporciona muitas coisas boas, como o senso estético e criatividade dos italianos, a capacidade de trabalho dos alemães, o respeito a cultura dos portugueses, o "deixa comigo dos espanhóis/argentinos, etc., etc.

No entanto, não ficamos só com o lado positivo, pois se assim não fosse, já teríamos “tomado conta do mundo”.

E nesse caldo de cultura vamos encontrar Pelotas, que tem em excesso tudo o que se apregoa que falta para o Brasil evoluir, dar certo. Educação superior, escola técnica, história, cultura, recursos, apenas para citar o básico. Por que então Pelotas não “dá certo”, se o Brasil daria se tivesse isso tudo? Tem algo que vem antes. A atitude. Sem ela, não adianta o resto.

A dificuldade em ter a “atitude” adequada, em Pelotas, é mais forte que em outras regiões, que nem de longe tem a base dela, devido a perda do primado econômico e social, ou seja, já estiveram “por cima da carne seca”. Tanto que essa expressão deve ter surgido lá nas charqueadas e perderam essa posição para a indústria e serviços de outros locais. Jamais perdoaram isso, só que ao invés de retomar o primado por competência, superação, tenta obtê-lo derrubando a quem os superou e se lamentando por não conseguir.

Para mudar, só com outra “atitude”. Podem começar em transformar em bônus o conceito que tem, e que faz com que o pelotense evite dizer de onde é. E não só no Brasil. Basta começar a usar a seu favor, essa imensa divulgação gratuita que se faz deles. Além de evitar as brincadeiras quanto a sua opção sexual, iriam criar muitas oportunidades de desenvolvimento, pois se existe um mercado consumidor, que não está sujeito a crises, é o do público GLS. E para Pelotas, ele está de “mão beijada” (mão, por favor!), basta comunicar que quer, que aceita servi-lo.

O momento para tratar do tema é propício, pois de um lado, tem realizado as mais bem sucedida Fenadoce da história. Conseguiram trazer até o Presidente da República – aquele mesmo que disse que eles exportavam veados – lembram? De outro, em São Paulo ocorreu a maior passeata GLS do mundo. Juntemos as duas coisas e façamos negócios!

O potencial é imenso. Sem grandes e onerosas campanhas, alguma criatividade, embalagens diferenciadas para os bons produtos que hoje já oferecem, desde seus doces, enlatados, indo para o turismo, congressos, feiras e exposições. E um pouco de agressividade comercial. Se o brasileiro em geral tem vergonha de vender, o pelotense mais ainda.

Certamente, algum dia, alguém transformará Pelotas e sua fama em negócio. Possivelmente seja “de fora”, enquanto os de lá vão ficar se lamentando. Mesmo assim, alguns benefícios terão. Estes podem ser muito maiores se uma das muitas associações empresariais de lá encampar o projeto. Aliás, outro fenômeno inaceitável – as associações, ao invés de se aliarem - ficam fazendo “concurso de beleza”, entre elas, diluindo o esforço que é feito. Bem coisa de pré-adolescente que fica competindo “quem tem o maior”. Depois não querem ser conhecidos pelo conceito que qualquer criança no Brasil sabe qual é...

Harry G. Fockink Mentor da Universidade do Churrasco, Empresário e Vendedor

Mamãe, Cadê Você?

Mamãe, Cadê Você?

Queira você ou não, o relacionamento que teve ou tem com sua mãe define positiva ou negativamente muito da maneira como empreende hoje, independente da sua idade, por isso talvez seja necessário decidir “romper o cordão umbilical”.
Por exemplo, muitas pessoas chegam à idade adulta com um grande pavor de “ter que vender” e, pior ainda, “ter que SE vender”. Algo que deveria ser natural é encarado como uma terrível obrigação. Apesar de aparentemente ajudarem, a inteligência e habilidade técnica, muitas vezes só complicam mais ainda esta situação.
Inúmeros são os que tentam fugir do “monstro” da venda com a filosofia: “vou fazer tão bem feito, que alguém há de vir comprar o que faço” e “quanto melhor fizer, mais compradores virão!”.
Por um bom tempo, isto funcionou, mas atualmente não basta mais, seja devido à globalização ou a outro fenômeno econômico ou sociológico qualquer. Hoje, mais do nunca, é preciso, é questão de sobrevivência ir ao mercado repleto da vontade de vender/vencer.
É difícil? Na história individual de cada empreendedor, é razoavelmente fácil determinar a origem esse bloqueio interno, dessa postura de subserviência, que nos coloca na perene expectativa passiva de que um outro venha e “nos compre”, uma postura semelhante a dos empregados que afirmam que a empresa “os contratou” agora deve pagá-los, como se isso fosse uma relação unilateral, ou pior ainda a postura de funcionários que por terem passado num concurso, não se julgam obrigados a dar nada em troca pelo que recebem no final do mês.
Normalmente as pessoas que mais dão vazão ao potencial de fazer, criar, etc., e menos àquele de vender, são as que foram os filhos prediletos das suas mães. Eles foram acostumados a ser servidos, em troca de pouco ou quase nada, pela “mamãe, a mulher mais importante do mundo”! Em troca de todo aquele serviço de 1a. Classe, tendem a fazer bem feito somente aquilo que é prioritário para a “mamãe”, não precisam mostrar para mais ninguém. Os dois se bastam...
Neste caso será a mãe a definir as prioridades, que poderão ser “deixar o quarto arrumado”, ou seja, basta ser organizado, “tirar boas notas no colégio”, ser dedicado, “não falar palavrão”, ser educado, “se comportar direitinho”, ser gentil, etc. Enfim, “basta que se faça as coisas bem feitas para ser aplaudido, amado”, pensa quem, possivelmente, não terá grande futuro como empreendedor, mesmo apenas em formação.
Às vezes a figura da mãe pode ser substituída por uma professora, uma avó, uma madrinha, mas sempre existe. Pode até mesmo ser um homem, que faz o papel da “mãe que serve” e define o que é dado em troca pelo serviço.
Uma vez que alguém se acostuma a ser servido, é duro quando a situação se reverte e ele deve servir alguém que não necessariamente o ama, como é o mercado. De certa forma devemos assumir um pouco o papel da “mãe que serve” e o mercado é o filho que precisa ser conquistado com persistência para um dia “retribuir todo amor que lhe foi dado”. Ai sim numa relação sadia e não como a que muitas vezes é estabelecida entre mãe e filho.
No início, pela falta de experiência e muitos maus hábitos que levam à passividade, nos sentimos incapazes, pequenos, traídos. Este é o momento em que muitos choram e até gritam interiormente: “mamãe, cadê você?”. E o silêncio frio e cortante é a única resposta recebida.
Não é nenhum acaso, que muitos empresários bem sucedidos, não só financeiramente, em uma certa época preparatória de suas vidas foram, por duras contingências, garçons ou vendedores. Ou não tiveram mães ou estas foram duronas, como é o caso do bilionário Richard Branson, da Virgin Records e Airlines, como ele mesmo conta em “Perdendo Minha Virgindade”.
A grande vantagem da pessoa que se supera, algo que é uma experiência interior, pessoal, única e exclusiva, seja por que forma for, é que quando se acostuma a ir além daquele momento em que “chorava silenciosamente ou ficava aos berros, porque a mamãe não me ouviu!”, ela treina, repete, vai de novo, não desiste nem na enésima vez em que não é bem sucedida, até que, em um determinado momento, o “cordão umbilical se rompe” e o mercado passa a lhe corresponder positivamente.
Todos os que não desistem, que superam seus próprios bloqueios, apesar das armadilhas que se auto-impõem, tornam-se vendedores/vencedores! Eles conseguem conquistar o mercado. Aquele filho indiferente e meio autista se transforma em outro extremamente atencioso, carinhoso, amoroso, cada vez mais disponível e com melhores retornos.
Onde está a importância disso tudo?
Ser empreendedor, com condições para evoluir a empresário é uma arte superior. Mesmo que a pessoa seja empresária de si mesma, como um médico, advogado ou agricultor, quando ela dá alguma vazão, muitas vezes ínfima, parcial, ao grande potencial com o qual todos os seres humanos nascem. Empreender, essa arte é tão bela e qualificada, quanto a dos grandes mestres da pintura, música, escultura, etc., mas com uma característica a mais: ela é o braço operador da Providência Divina.
Todo empresário que não desiste acaba se tornando oportunidade e fonte de crescimento para muitas pessoas. Sem empresários não existem “empregos”. Esta é uma promessa que todos os governos fazem, mas que só os empresários podem cumprir. E não são apenas os empregados diretos que se beneficiam da vitória daquele empresário que se superou. Sem empresas, não há impostos, que sustentam tantas e tantas outras pessoas, inclusive aquelas que compõem o próprio governo que promete os empregos.
Qual é a atividade mais nobre, mais difícil e mais importante, na superior arte de empresariar? Vender!
Deve-se buscar a venda sempre, com humildade, mas sem se humilhar, pois afinal não se é nenhum “vira-lata que implora por comida”, como Nelson Rodrigues diria.
Vender engloba desde conseguir que nos recebam e assistam demonstrar o nosso produto ou serviço, até liderar outros com idéias e ideais. Uma vez recebidos, se não comprarem ou não nos seguirem, isso significa simplesmente que é preciso se aprimorar mais ainda. O “filho” ainda precisa ser conquistado. Ou se quisermos, a “mãe mercado” ainda é uma megera, uma madrasta. A lição de casa, o quarto ainda não está bem arrumado!
Certamente vale a pena persistir, como uma mãe que quer conquistar o amor de seu filho. Aliás, acho que esta é uma das razões porque as mulheres tem sido cada vez mais bem sucedidas como empreendedoras. Está na hora de todos nós aprendermos a ser “mães” e deixarmos de ser “filhos que devem ser conquistados”. Até para honrarmos aquela pessoa que tanto nos amou e por excesso de amor, tanto nos prejudica, algo que se já frustra a nós, imagina a ela. Ao proceder afetivamente como o fez ela afinal, queria a nossa felicidade. E nada melhor do que fechar vendas para isso!
O crescimento que aguarda os que rompem o “cordão” é enorme, seja do ponto de vista econômico e social, mas especialmente do pessoal (felicidade!).
Depois, ao olhar para trás, poderá se ver que não foi tão difícil assim. Muito já se sabia sobre “como servir” ao ter observado por vários anos aquela “mãe que servia” quando ainda éramos crianças.
O que fazer?
Basta parar de chamar a “mamãe!” e se lembrar de assumir a postura que ela teria diante do mercado que você deseja conquistar.
Harry Fockink harry@fockink.com.br

O Rio Grande do Sul e a Cultura Grenal

O Rio Grande do Sul e a Cultura Grenal


A minha atividade empresarial aliada a ampla pesquisa que fiz para escrever o livro “Liderança, o Poder e a Perversão nas Empresas Familiares”, recentemente lançado, me permitiu comprovar um fenômeno psico sociológico que há muito tempo vinha observando, o auto boicote junto com a investigação dos fatores do sucesso e do insucesso empresarial pude pesquisar os principais entraves do desenvolvimento econômico brasileiro. A manifestação mais explícita desse fenômeno é a inveja e a ogeriza que temos dos vencedores, comprovei minha percepção de que o principal limitador do nosso desenvolvimento é a cultura da inveja.
Como tive oportunidade de trabalhar e de conhecer profundamente diversos outros países pude verificar que em todos os lugares onde o fenômeno se manifesta, como por exemplo algumas regiões da Itália, para utilizar dois exemplos próximos a nós, as conseqüências são similares, existe um nível de desenvolvimento às vezes até elevado, mas bem abaixo do que poderia ser, limitado os benefícios próprios e assim os da coletividade.
No Brasil, as manifestações mais intensas pude observar na Bahia, Rio de Janeiro, mas principalmente no Rio Grande do Sul, tanto que passei a chamar o fenômeno no nosso estado de “Cultura Grenal”. Cultura Grenal quer dizer, ficar mais feliz com a derrota, a queda, os problemas do outro, muitas vezes nem concorrentes do que o próprio sucesso. Historicamente, politicamente, sociologicamente, esportivamente o gaúcho é do contra. Como o nosso contexto econômico é um somatório sinergido quem mais perde é o indivíduo, com isso, ao invés de se superar, de ser também um vencedor, admira os vencedores, se invejam e se combatem. Ao invés de usar a energia pessoal para para evoluir, a pessoa investe boa parte de sua vida para derrubar outros. A perda é mais do que dupla, pois o somatório da evolução é sinergico.
As manifestações mais fortes deste fenômeno pude verificar em atividades onde o sadio sentimento de “Espírito de Corpo” se transforma no mediocrizante e realimentador das frustrações no corporativismo.
Entre as empresas o sistema “Cultura Grenal” se manifesta de muitas maneiras, através de boicotes estúpidos, informações erradas buscando prejudicar a imagem ( fofocas), entre empresários se verifica através de “concursos de beleza” caríssimos e improdutivos. Entre executivos da mesma empresa através de traições, “puxadas de tapete” e “pinduradas no pincel” com elevados custos e desperdícios.
Esportivamente e politicamente, basta analisarmos a história, as melhores fases de um clube, de uma região, um país, ocorrem quando quem dirige, quando que é eleito, se preocupa em se superar e não na busca de um revanchismo mediocrizante, que só realimenta desgraça. O custo pessoal é maior que o econômico, pois assim como a vingança, a inveja manifestada ou não sempre se volta contra a pessoa, pois são sentimentos e necessidades não previstos pela natureza. Para verificar isso, basta observar uma vaca. Alguém consegue imaginar esse animal com inveja ou se vingando de outro?
As origens disso são culturais, religiosas e educação familiar, o que até pode ser analisados futuramente com maior profundidade, pois abriria com isso um interessante e didático debate.
Resultado disso:
Quem é basicamente contra o outro, quem fica feliz com a derrota, ou queda do outro, não consegue ser a seu favor. Não sendo a seu favor jamais será feliz, jamais conseguirá se realizar, realizar o seu potencial. Desenvolver a frustração, uma das principais causas das doenças.
E qualquer doença sempre tem um fator psicossomático que a desencadeia.
Se o indivíduo perde, mais uma vez o coletivo perde e se estabelece um processo de realimentação da mediocridade.
O que fazer?
O primeiro passo de uma mudança, de um processo de evolução é se dar conta e aceitar o fator limitador. Uma vez claramente conscientizada, a pessoa precisa passar por um processo de reeducação consciente; vigiando atentamente e perguntando 2, 3 ou até 5 vezes porque, ou seja , quando vai fazer algo que não seja claramente a favor de seu favor, de perguntar porque está fazendo, tendo uma resposta clara, transformar a resposta em mais um porque. Na maioria das vezes são necessários cinco porquês, que se chegue a verdadeira razão. Aí basta avaliar se vai trazer benefício próprio ou só prejudicar o outro. Normalmente no segundo porquê fica claro se é uma motivação saudável ou não. Vale apena continuar a perguntar para que a pessoa se conheça melhor e assim, com o tempo, passe, deixa de boicotar outros e assim também ser boicotado.
Fazendo disciplinadamente este processo, a partir de 6 a 8 meses ( é necessário persistência! ) começa à fazê-lo inconscientemente e com resultados cada vez melhor.
Além disso, deve-se reconhecer, usar e reforçar os pontos fortes próprios e dos principais aliados. Construir a si e ser instrumento de construção destes aliados, o que é muito mais gratificante, saudável, biológicamente, psicológica e economicamente do que destruir, ser do contra, se excita, ou deseja, ou proporciona a desgraça do outro.

OS TRÊS ELIXIRES DA LONGA VIDA -- OS PRÉ-REQUISITOS DA FELICIDADE E DO VERDADEIRO SUCESSO

OS TRÊS ELIXIRES DA LONGA VIDA -- OS PRÉ-REQUISITOS DA FELICIDADE E DO VERDADEIRO SUCESSO

De algum modo, ao longo do livro eles já foram citados. Quem leu com atenção sabe que são basicamente três os elixires da longa vida. Todas as pessoas que souberam como obtê-los, o que em si não é fácil, independente de serem homens ou mulheres, são a comprovação prática do que estamos afirmando. Aliás, estudá-los e conviver com alguns deles foi o que me permitiu desenvolver a abordagem a seguir.

Naturalmente eles valem basicamente para aquelas pessoas que decidiram não apenas cumprir o seu ciclo biológico. Provavelmente eles não servem para os que optaram em apenas passar pela vida biologicamente, ao crescer, se acasalar, eventualmente procriar e esperar a morte. Os “elixires” e o que os compõem, são para aqueles que decidiram cumprir o ciclo psíquico, que buscam e buscaram sua realização pessoal. Portanto, valem para as pessoas que obtiveram sucesso, ou seriamente o buscam independente do que cada um acha o que seja isso.

Mais uma vez trata-se de algo simples que os seres humanos conseguiram complicar:

Elixir 1 -- Liberdade

O primeiro “elixir” é a liberdade, que significa independência, autonomia financeira, emocional e principalmente psicológica, onde fica subentendida a relativização do que normalmente é chamado de moral e ética, pela superação de estereótipos que a nossa educação ocidental de cunho judaico-cristã, entre outras, fortemente impôs.

Na ausência da liberdade, havendo, por exemplo, dependência afetiva de outro, encontra-se a maioria dos fatores desencadeadores das desgraças, desde o insucesso econômico, passando pelas somatizações de um câncer, por exemplo, até acidentes, aparentemente sem uma causa aparente. Cada um encontra a melhor maneira de pôr fim à sua dor e frustração. Este tema voltará a ser visto em um dos próximos itens - “A Dinâmica do Poder”.

Geralmente a evolução da liberdade inicia com a independência afetiva, que tende a implicar na financeira. Assim, mais uma vez, quanto mais cedo uma pessoa decide abrir mão da falsa proteção que viver com a família lhe dá, melhor. A necessidade da liberdade é uma das razões pelas qual um empresário deve ser rico como pessoa física e não só jurídica. Tanto que sempre buscamos encontrar meios adequados e coerentes para que nossos clientes obtenham essa condição, pois desenvolver sua liderança, a capacidade de exercer o poder, a competência empresarial ou de encaminhar a mudança de patamar e assim a sucessão, ou seja, sua “eternização” melhora imensamente.

A liberdade psicológica já é uma conseqüência de todo um processo de autenticação – auto conhecimento -, desenvolvimento e amadurecimento pessoal.


Elixir 2 - Prazer Sadio

Como segundo elemento, mas com o mesmo grau de importância, está o prazer sadio. Ele deve estar cada vez mais presente em tudo o que se faça, se use, se coma, se viva e se conviva. Ele foi colocado como segundo item porque, quanto maior for a liberdade da pessoa, mais ela poderá buscar e obter o prazer. A partir de certo patamar, um realimenta o outro. Na medida em que se evolui em um se obtém crescimento no outro.

A postura de vida deve ser usufruir momento a momento os acertos, as alegrias e as situações de superação. Isso realimenta o crescimento e recarga energeticamente. De maneira didática, para entender o que se quer dizer, analisemos, por exemplo, o que se sente ao se olhar uma fotografia de algum evento ou episódio importante e válido do passado. Junto com as recordações agradáveis, deve-se também lembrar que se gozou e saboreou intensamente, o máximo possível, aquele momento, e não simplesmente se passou por ele sem aproveitá-lo dignamente. Seria uma oportunidade de crescimento e energização positiva perdida, se aquele momento for apenas lembrado saudosamente e com arrependimento de não tê-lo aproveitado melhor.

O prazer também se compõe e exige coisas simples. Algo imprescindível é ter o seu santuário pessoal, um ambiente ecologicamente equilibrado e de preferência em um lugar de acesso restrito, mas com muito conforto, como um sítio ou uma casa de campo ou praia, onde se possam fazer “retiros espirituais”, convivendo apenas consigo mesmo, por algumas horas que seja, afastado de tudo e de todos. Às vezes na companhia de algumas pessoas convidadas explicitamente.

Nossa inteligência também se nutre do que a mente registra e vê; por isso, acertos, belas paisagens, imagens que a natureza nos proporciona, muitas vezes embelezadas pelos homens, são importantes. Devemos registrar principalmente os acertos, nossos e o dos outros. Ressaltando prioritariamente as falhas, a nossa inteligência calcula como continuar errando, pois a mensagem implícita é que o importante e o que mais nos interessa é o erro.

Elixir 3 - Exercer o Poder

O terceiro e mais importante elixir da longa vida ou pré-requisito da felicidade, é exercer o poder, que significa constantemente realizar, construir, transformar em ação evolutiva o seu potencial. Conforme cresce a liberdade, maior será o prazer, o carisma e a alternativa de exercer o poder em níveis e dimensões cada vez mais altos, maiores e mais sofisticados.

Essencialmente, na mudança de patamar do poder exercido, nesse terceiro “elixir”, se encontra uma das poucas, talvez a única, passagem ética e sadia que viabiliza o processo sucessório. Todos os casos bem-sucedidos, trabalhados ou analisados por nós, sempre e apenas, este foi o caso. Mais liberdade, mais prazer e mais poder, em patamares cada vez mais elevados e cada vez mais espaço para a liderança emergente.

Se uma pessoa ao longo da vida exerceu o poder, como é o caso dos fundadores, dos empresários em geral, não poderá de maneira nenhuma abrir mão disso, caso queira continuar saudável física e psicologicamente. Assim como também não pode parar de evoluir, gerando “vácuo” atrás de si, o que pode e deve ser aproveitado pela liderança emergente. No capítulo Mudança de Patamar no Exercício do Poder, retornaremos ao tema.

Estes três elixires básicos, com as suas variantes, têm um significado diferente para cada um dos líderes com os quais trabalhamos ou que pesquisamos. A arte está em identificar a realidade do significado de cada um na sua específica, única e exclusiva situação.

Combinar evolução no exercício do poder, via mudança de patamar, com prazer e liberdade, tendo tudo isso ao mesmo tempo, é o mapa para encontrar o que Ponce de Leon tanto procurou – a fonte da juventude, que não precisa ser eterna, pois para as pessoas realizadas a morte é apenas mais uma mudança de patamar.

Ponce de Leon andou por tantos lugares, passou por tantos sacrifícios, morreu frustrado por não ter atingido seu objetivo, que sempre esteve tão próximo dele. Não se deu conta de que a fonte da juventude estava dentro dele...

Para saber se estamos indo pelo caminho certo, basta prestar atenção em três indicadores:

Ø nas pequenas coisas do dia-a-dia. Estas, se forem bem-feitas e proporcionarem bons resultados,
prazer, automaticamente garantirão as grandes realizações;
Ø nos resultados que se está obtendo e
Ø com que nível de prazer os estamos atingindo. Não pode ser um processo desgastante.

O papel do ensino superior privado no futuro do Brasil

O papel do ensino superior privado no futuro do Brasil

Especialmente os que lecionam no ensino fundamental:

"The direction in which education starts a man will determine his future life." Plato (427 BC-347 BC); Greek philosopher.

Numa tradução minha - "A direção em que a educação inicia uma pessoa determinará seu futuro". Platão (427 AC - 347BC); Filosofo grego.

O papel do ensino privado no futuro do Brasil é muito mais determinante do que o público, pois têm embutidas nele as premissas do que passa a ser realmente importante, do que cada vez será relevante na vida das pessoas e no futuro do próprio negócio do ensino privado. Como seu crescimento e talvez até sua sobrevivência dependa disso, temos uma boa condição inicial para estimular a leitura da reflexão que segue.

A par do importante aspecto da pesquisa, o que realmente interessa, no contexto desta publicação, é que pessoas as universidades formam ou o quanto as deformam.

O estudante típico encontrado nas universidades públicas tem basicamente uma vantagem sobre os das IES privadas – está mais bem preparado e é mais apto para o exame de admissão, o vestibular. Nos demais aspectos, e a partir daí, os estudantes passam a ser muito semelhantes. Com dilemas e dificuldades próximos entre si e até já com vantagens para o que estuda nas IES privadas – normalmente precisam ou precisaram superar bem mais dificuldades para se formar e assim já obtém um treino adicional para enfrentá-las na vida real. E ter a competência de superar adversidades faz muita diferença na vida das pessoas.

Reiteradamente afirma-se que será cada vez menor a oferta de empregos, compensado por mais oportunidades para que as pessoas usem suas competências, seja vinculada diretamente a uma organização ou atuando de forma autônoma. Enquanto as suas competências forem úteis para as organizações ou o mercado. Na medida em que elas forem sendo aprimoradas, a relação se mantém. Se deixarem de ser, a superação deverá ocorrer ou a pessoa será tirada do jogo da vida. Cada vez mais a chamada “lei do mais forte” formulada por Darwin e que na verdade se refere a sobrevivência do mais apto, se manifestará..

Qual das instituições tem melhores condições para se dedicar ao que realmente passa a fazer a diferença no ambiente econômico – desenvolver as competências das pessoas? A que ainda tem status, mas está comprometida pelo corporativismo, onde bastou a pessoa demonstrar a competência importante para a situação – ser aprovada num concurso e a partir daí a estabilidade garante o resto, ou uma na qual todos os dias o mercado exige novas competências dos envolvidos e não tem governo para sustentá-las? Quem fará a transição melhor ou quem a fará primeiro?

Como o mercado, por excesso de oferta, passa a poder realmente definir quem é quem, a escolher e assim exigir, quem mudará primeiro? Seja para aproveitar as oportunidades que o novo patamar proporciona ou obrigado a mudar para sobreviver, certamente serão as privadas, que apesar de pouco ágeis, ainda o são bem mais que as governamentais.

A mudança passa pelo modelo de gestão – as IES terão que ser mais ágeis e para isso precisam alterar seu ciclo de raciocínio e assim de decisão, que na melhor das hipóteses é semestral, quando não anual ou engessado num ciclo de vários anos - o tempo que uma turma leva para se formar. Ela também passa pelo tipo de curso oferecido e seus conteúdos, o mercado exige cada vez mais pessoas competentes, ou seja, pessoas que tenham suas competências desenvolvidas, e isso significa que o modelo de ensino aprendizagem precisa mudar. O papel do professor, o que “entrega a mercadoria” vendida pela instituição, terá que ser profundamente resignificado. Com isso, o processo de avaliação, monitoramento e responsabilização do estudante e sua inserção na vida também o serão.

No fundo, apesar de difícil, por exigir mudanças em algo que não muda desde Parmênides – a forma como se ensina e aprende, é simples. A gestão das IES não mais poderá ser tão amadora como é e o professor passar a ser um mentor, um coach. O resto é conseqüência.

Para essa migração acontecer de maneira mais rápida, menos dolorosa e até mais efetiva, minha recomendação é que se desenvolva uma certificação específica, voltada para as IES privadas, que avalie se a “lição de casa” está sendo feita e inclusive indique caminhos.

Será chegada a hora de ter uma mulher na Presidência da República?

Será chegada a hora de ter uma mulher na Presidência da República?

A relevância da mulher na sociedade brasileira cresce em importância. Felizmente. Na minha experiência pessoal e profissional, inclusive com empresas familiares, percebi que elas erram bem menos, são mais leais, dedicadas, engajadas e muito menos corruptíveis que os representantes do sexo masculino. Sem falar nos escândalos sexuais.

O poder de certa maneira elas sempre exerceram. Até ha pouco tempo, através dos homens. Algo que diminui cada vez mais, já que “força física”, que até umas cinco ou seis décadas fazia diferença, apesar de ainda estar no nosso inconsciente coletivo, deixa de ser importante.

Por sua vez está na hora delas assumirem de forma explicita, não através de maridos, filhos, pais, amantes a sua parte na responsabilidade pelo nosso futuro. Nós homens tivemos a oportunidade e não necessariamente nos saímos bem. Temos tido desempenhos mais próximos da mediocridade, ou seja, da média, do que da excelência. E não só no Brasil.

Certamente nas próximas eleições ainda não teremos esse privilégio aqui, como muitos outros países já estão tendo, seja por falta de postulantes ou pela ausência de preparo, “luz própria” ou maturidade das mais visíveis. Talvez felizmente, pois quando atingirmos esse nível de evolução como sociedade, eleger uma mulher, o desempenho dela deverá ser correspondente à oportunidade e expectativa, para que não tenhamos uma regressão que leve outros séculos para ser superada, como me parece que será no caso da Argentina com suas Evitas e Isabelitas.

Sob esse ponto de vista, dentro das opções mais evidentes na atualidade, nenhuma me deixa otimista. Desconheço ex-esposas que pegaram carona no histórico dos maridos, que tenham tido desempenho acima da média, ou seja, que não tenham sido medíocres na historia mais recente, seja aqui ou fora do Brasil. Certamente a frustração seria muito grande também se elegêssemos para Presidente alguém cuja evolução, maturidade, tenha estacionado na fase que precede os vinte anos – quem não se lembra da frase “aquele, ou no caso, aquela, que não tenha sido socialista na adolescência não tem coração e que se como adulto permanece sendo não tem inteligência”?

Quem mais temos? Infelizmente não vejo ninguém, até porque precisamos uma Tatcher, alguém que tenha “aquilo roxo”, ooops, ou por não ter “aquilo”, tenha a coragem de fazer o que a Dama de Ferro fez na Inglaterra. O meu sonho seria completo se ela ainda fosse bonita. Isso me traz a memória a super Gisele.

Acho que se a modelo Gisele Bündchen se candidatasse nas eleições de 2010, cabos eleitorais não iriam faltar. Eu pelo menos seria um dos primeiros da fila. Mas porque não? Seriamente falando, ela, muito além da sua notória beleza, um prêmio com que a loteria da natureza a brindou, mas também a muitas outras que não conseguem fazer a história que ela faz, é uma inteligência em ação, como poucas outras. E isso é conseqüência de comportamento adequado, postura coerente, educação, percepção diferenciada. Enfim, algo que tem nos faltado – competência.

Nesse meio tempo vou ficar muito atento durante a campanha eleitoral. Entre “prendo e arrebento”, terceira via, sapos e chuchus, (ou seria melhor xuxu – mais próximo de Xuxa?), vou ficar com aquele que melhores chances construir, para que em 2010 possamos eleger a Gisele ou um “xuxuzinho” equivalente. Na pior das hipóteses ficaria muito mais agradável assistir as reportagens e inaugurações.
Harry G. Fockink - Em ordem de importância, engenheiro, administrador, empresário e vendedor

Modelo de Ensino Aprendizagem baseado em desenvolvimento de competências

Modelo de Ensino Aprendizagem baseado em desenvolvimento de competências

A Universidade como rito de passagem sadio.

Mestre, etimologicamente vem de mae tre, três vezes mais, ou seja, era a forma pela qual pessoas comuns se referiam àqueles que sabiam três vezes mais – para si, para os outros e para fazer mais aos outros – tinham conteúdo sempre em evolução, davam o exemplo e ainda possuíam a capacidade de fazer os outros se transformarem em pessoas melhores – eram mentores, quando transmitiam experiência e treinadores, coachs como o mercado as tem chamado, quando proporcionavam o desenvolvimento das competências de seus interlocutores.

Evoluímos muito em todos os campos, menos no processo de ensino e aprendizagem. Não conseguimos sistematizá-lo e nem padronizar os pré-requisitos condicionantes a ponto de ter apenas mestres na função de quem tem o papel de ensinar. Ensinar e aprender continuam sendo feitos como sempre o foram, milênios a fio. Ser mestre é um acaso e não um pressuposto e resultado sistêmico de um processo estruturado.

Em outros campos, um dos grandes estímulos foi a necessidade, a mãe das invenções, que muito contribuiu com a evolução. Independente da causa, eis chegada a hora de evoluir no processo de ensino aprendizagem. Especialmente no ambiente universitário, pois a partir dele irá ocorrer a mudança na sociedade como um todo.

Para desencadear a mudança de patamar inicial e no futuro termos basicamente Mestres envolvidos no processo, alguns pontos começam a se evidenciar:

Todos profissionais que exercem a sua atividade no ambiente universitário, mesmo os que apenas estão professores, seja por que razão for inclusive os das matérias “apenas” de conteúdo técnico, precisarão ser, pelo menos, mentores – repassarem experiência prática válida e coerente com as necessidades atuais. Melhor ainda se dominarem a metodologia do coaching, pois assim não só ensinarão boas práticas, mas serão capazes de fazer seus alunos desenvolverem suas competências.

Quem toma para si o papel de ensinar recebe junto a responsabilidade de ser ou se tornar Mestre. Essa deverá ser a regra. Sempre houve bons professores ao longo da história da humanidade mesmo que, às vezes, a diferenciação, não estivesse claro nem para os próprios. Para os alunos estava, pois eles sempre souberam diferenciar entre feitores, mentores e coachs. Cada um atraindo o seu público específico – respectivamente imaturos, aprendizes e os discípulos verdadeiramente diferenciados.

Entre as razões que abafaram a evolução do processo, encontramos um mercado generoso com alta demanda, o que não impunha a exigência - para ensinar precisa ter a atitude adequada. E ela é fundamental, pois proporciona aos outros a cultura de desenvolver a atitude deles. Aceitava-se a postura da imposição do conhecimento de cima para baixo e não a da sua divisão ou construção. Impor é menos trabalhoso, pois para isso basta ter algum conteúdo, nem sempre útil ou não necessariamente adequado ao escopo. Como o acesso ao conteúdo independe cada vez mais da presença física, esse tipo de “modelo de ensino” também se torna obsoleto.

O Mestre, como coach, tem como função básica ajudar aos seus discípulos, seus estudantes, a desenvolverem suas competências. Principalmente os fazendo descobrir quais são estas, com fundamental importância para a competência básica, o que também é chamado de dom, aquilo com o qual a pessoa se envolve com prazer e faz com diferencias significativos, especial desenvoltura e qualidade. Nem sempre isso é possível, por isso o Mestre deve saber como desenvolver a mais importante das competências – a capacidade de superar adversidades.

Como corolário deste papel, os professores, que então realmente passam a merecer o título de Mestres. Como coachs devem conseguir que os alunos se responsabilizarem por si, levando-os a ter seu planejamento e metas pessoais. Devem ajudá-los a adotar metodologias que sistemicamente os fazem evoluir desenvolvendo, por exemplo, seu Balanced Score Card Pessoal - BSC Pessoal, monitorado e atualizado pelo próprio estudante e ao mesmo tempo servindo de instrumento de acompanhamento do seu processo de evolução, ao invés das notas ou conceitos hoje usados.

O BSC Pessoal é uma metodologia, um processo, que foi desenvolvido pelo Dr. Hubert Rampersad. É um conceito integrado e holístico de melhoria pessoal que combina a abordagem tradicional do BSC corporativo com a teoria da Organização que Aprende. Denominada Total Performance Scorecard (TPS), inicia no estabelecimento da definição da visão, missão e metas pessoais nos campos básicos da pessoa. Proporciona a elaboração de um planejamento pessoal e assim do estabelecimento de um processo de monitoramento e auto monitoramento, ou seja, um acompanhamento detalhado feito pela própria pessoa e de agentes externos, caso isso seja necessário, solicitado, ou desejado.

O TPS cria uma forma inédita, racional, técnica e consistente de inverter o processo de avaliação que normalmente ocorre, de fora para dentro, para ser essencialmente uma auto-avaliação, de dentro para fora. E isso faz toda a diferença. Se fizermos para nós, se competimos conosco, se usamos nossa capacidade para constantemente evoluir, sermos a nosso favor e não perdermos tempo sendo “contra os outros”, a evolução e crescimento se dá numa velocidade incomparavelmente superior a qualquer outro método. O TPS explora com simplicidade e profundidade temas como o da melhoria contínua, gestão racional da mudança, da capacidade de empreender e do aprendizado organizacional, interligando ainda metas pessoais com as empresariais, no caso de pessoas vinculadas a alguma empresa, possibilitando uma evolução sadia da cultura organizacional.
O conceito tem ainda como premissa transformar o conhecimento tácito que as pessoas têm, mas não compartilham, em explícito, o que mais uma vez reforça o ciclo virtuoso do crescimento pessoal.
O TPS resgata conceitos importantes da gestão contemporânea – como o ciclo PDCA da Qualidade Total, o ciclo de aprendizado de Kolb, a melhoria contínua, Coaching, responsabilização do indivíduo por si e trabalho em equipe. E tem o mérito de integrar tudo isso com coerência e criatividade. O que demonstra novamente a necessidade do professor dominar estas ferramentas. Isso ocorrendo, ele pode:

Proporcionar condições para que seus estudantes se livrem de crenças irracionais mediocrizantes, internalizadas no ambiente familiar, social, escolar e religioso pregresso, que, apesar de pleno de “boas intenções”, por limitação da maioria do envolvidos – quem deles é ou foi mentor? -, apenas tende a levar a pessoa a ser um medíocre a mais.

Instrumentar os alunos na habilidade básica de quem está buscando o crescimento pessoal - a capacidade, a competência de superar adversidades, o fator que têm em comum todas as pessoas bem sucedidas, independente do que isso signifique para quem o é.

O domínio e internalização dessa metodologia por parte dos que ensinam é cada vez mais importante, pois o jovem tende a vir de um ambiente de baixa responsabilização por si mesmo, com limitada capacidade de superar adversidades, sem grande auto-conhecimento. Na melhor das hipóteses, estará apenas tateando na busca da sua competência básica (o seu “dom”) e na mais importante delas, tanto que vale repetir ad nauseum, a da capacidade de superação de adversidades. Ele, ainda muito próximo do conteúdo lúdico importante na infância, onde foi feita sua formação comportamental e pessoal mais forte até o momento, se for adequadamente orientado, saberá transpor o portal do pueril brincar, para o da busca da satisfação do pré-adulto em amadurecimento, assim se transformando num adulto com condições de se realizar holisticamente.

O jovem manifesta sua incapacidade de migrar do lúdico – a busca no curto prazo do prazer, às vezes inconseqüente - para a satisfação, através de baixo nível de responsabilidade. Dificilmente teve oportunidade de desenvolvê-la, seja pela pouca idade, excesso de proteção materna ou familiar ou até falta de oportunidade. Demonstra isso buscando prazer imediato, ou se envolvendo em atividades incoerentes, superficiais ou não sadias, como por exemplo, no uso de drogas ou atividades de alto risco. Se não contar com orientadores adequadamente instrumentados, continuará “brincando infantilmente” pela vida afora, pois não faz a transição de uma criança que crescia pelo lúdico para um ser humano adulto, com um adequado grau de maturidade, que cresce através de atividades produtivas que lhe tragam satisfação. Sem orientação tende a não aprender a buscar e a exercer sua competência básica e ainda terá baixa capacidade de superar adversidades. Será apenas um medíocre a mais, que não persiste até conseguir satisfação, voltando-se para o prazer fugaz mais imediato, independente do que este trouxer para ele, de bem ou mal, ou pior, no Brasil ainda tem a possibilidade de buscar uma falsa proteção via um cargo público.

Para orientá-lo, para proporcionar a responsabilização, a transição auto monitorada do lúdico para a busca da satisfação, através do fundamental auto conhecimento, os seus orientadores, cumprem seu papel de coach ao levá-lo a formalizar seu BSC pessoal.

Com algum apoio, de uma forma simples, mas funcional, se pode fazer com que o jovem defina sua visão e missão e assim busque sua vocação e ainda internalize a necessidade do eterno aprendizado. Desenvolva a valorização do processo, a ponto de ele ser tão importante como o chegar, transformando eventuais adversidades, não em tragédias como os medíocres o fazem, mas em desafios, em uma espécie de corrimão para subir a escada da realização pessoal.

Nesse formato, o professor tem o respeito de seus alunos que passam a ser discípulos e não precisa se impor por conteúdo, medo ou manipulação. A resultante do processo será o estabelecimento de um novo modelo de ensino e aprendizagem, pois o meio, o foco, a relação e a forma desta se dar muda completamente.

No novo modelo, o professor passa a ser, no mínimo, mentor – melhor se coach, algo que pode ser aprendido rapidamente, pois apesar de seu imenso alcance, é simples, bastando uma pequena disponibilidade para a experimentação, uma vez que o instrumentário começa estar cada vez mais disponível.

Melhor ainda se o professor passar a ser mestre, o que tende a ocorrer, pois ao tomar contato com o conteúdo do BSC pessoal e do coaching, com algum esforço inicial, haverá uma forte migração. Ele mesmo, se tiver o bom senso de internalizar e usar para e em si os conhecimentos, irá ou voltará a experimentar satisfação. O professor, ao exercitar o processo ser á o maior beneficiado no curto prazo, o que tende a dar consistência e a realimentar o ciclo virtuoso que se estabelece. O nível de saúde mental evolui imensamente – o professor, muitas vezes extremante frustrado com o que e onde faz, que apenas está, passa realmente a ser.

O estudante, melhor orientado, fortemente preparado para a vida, se responsabiliza pelo autodesenvolvimento, também por ter seu comprometimento, como aluno, monitorado de maneira mais inteligente do que apenas uma nota de tempos em tempos, tradicionalmente conquistada mais por avaliação da sua capacidade de memorização do que uma razão realmente válida.

O jovem passará a ser aferido no que realmente importa - o seu crescimento como ser humano, sua evolução como alguém que, por saber como desenvolver suas competências, será bem sucedido em todas as dimensões da vida, inclusive na que envolve conhecimento técnico que tem a ver com seu mercado de trabalho. O conteúdo e o mercado deixam de ser a prioridade como é hoje, quando se formam essencialmente empregados ou candidatos a concursos públicos. A pessoa que tem suas competências desenvolvidas, especialmente a básica e a da superação de adversidades, se responsabiliza por si e construirá o seu próprio mercado de trabalho, se esse não existir. E ainda será oportunidade para outros que não tiveram o privilégio de terem tido mestres, ao lhe proporcionar empregos.

O papel das IES passa a ser a formalização da oportunidade. Deve proporcionar a seus professores e assim alunos, a seus funcionários e especialmente a seu corpo diretivo, as ferramentas e metodologias para que todos vençam o desafio de formalizar o novo modelo de ensino e aprendizagem baseado no TPS e no coaching. Inicialmente os professores passam a ser mentores, depois, como mestres farão constantes mudanças de patamar. Os alunos se responsabilizarão por si e assim desenvolverão suas competências, algo que tende a se transformar numa obrigação para a sobrevivência dele, de quem aceita ser professor e da própria IES,

Nitidamente, quem conseguir dar o salto, desencadeará um círculo virtuoso interno e externo, pois levará junto todo o contexto econômico no qual está inserido, proporcionando a si e a seu entorno significativa vantagem competitiva.

Para os envolvidos, o desafio é vital, mas também muito interessante e de elevado estímulo. Vale a pena, pois significa melhor, muito melhor, qualidade de vida gratificante e plena de satisfação. Basta começar. De qualquer maneira terá que ser feito, pois as pessoas, ao se envolver com o ambiente universitário, especialmente na sala de aula ou na alta gestão, deverão possuir ou desenvolver a qualificação para a superação do desafio com o qual a humanidade as atualmente confronta – as Instituições de Ensino Superior voltarem a ser um “rito de passagem”, onde, de um lado temos um jovem que não se responsabiliza por si e aprendeu a optar pelo lúdico e do outro, um adulto preparado para ser feliz.

Para estimular uma reflexão a respeito, seguem algumas perguntas:

O que você pessoalmente está fazendo para conseguir superar o “desafio final”, ter mestres e mentores como professores?
O que a sua IES está fazendo para vencer esse desafio?
Está se buscando instrumentos como o coaching racional e o TPS?
Ensinar é sua competência básica, o seu “dom”? Você entra em flow – “incorpora” um “espírito especial” quando está ensinando ou fazendo a sua principal atividade?
Ser o gestor é a realização de uma ambição ou manifestação da imatura ganância por poder?
Que ferramentas você domina para ajudar seus alunos a descobrir e desenvolver sua competência básica?
O seu QA – Coeficiente para superar Adversidades - é alto ou baixo?
Qual o seu NR – Nível de Resistência a mudanças? Quanto mais alto, menor o seu QA.
Qual a sua disponibilidade de testar, em si mesmo, ferramentas de desenvolvimento comportamental?
Quanto você se impõe como professor? Quanto por conteúdo e quanto por competência?

A LÍNGUA GAÚCHA E OS CAUSO DAS ESCRITURA

A LÍNGUA GAÚCHA E OS CAUSO DAS ESCRITURA

Desconheço o autor

Foi mais ou menos assim que o guasca contou:

"Pois não sei se já les contei os causos da Escritura Sagrada. Se não les contei, les conto agora:

A história essa é mui comprida, mas vale a pena contá.

De Adão e Eva acho que não é perciso, porque todo mundo sabe que eles foram expulso do Paraíso por tomá banho pelado numa sanga.

Naqueles tempos esse mundaréu todo era um pasto só, sem dono, onde não tinha nem deles nem meu.

O primeiro índio a botá cerca de arame falpado, foi um tal de Abel, mas nem chegou a estender o primeiro fio, porque levou um pontaço no peito, do irmão dele, um tal de Caim, que tava meio desconforme com a divisão.

O Caim entonces, ameaçado de processo feio, se bandeou pros lados do Uruguai.

Deixou um filho dele, um tal de Noé, tomando conta da Estância.

A Estância essa ficava nas barrancas de uma corredeira e o Noé uns anos depois pegou uma enchente das feias pela frente.

Coisa mui séria.

Caiu barbaridade de água.

Tanta água que tinha índio pescando jundiá em cima de um cerro.
O Noé entonces botou as criação em cima de uma balsa e se largou nas correntezas, o índio velho.

A enchente era tão braba, que quando Noé se deu conta, a balsa tava atolada num banhado chamado Dilúvio.

Foi aí que um tal Moisés varou aquela água toda com vinte juntas de bois e tirou a balsa do atoleiro.

Bueno, com aquele despropósito, as família ficaram amigas, e a filha mais velha de Noé se casou-se com o filho mais novo de Moisés e os dois foram morá numa estância mui linda chamada estância da Babulônica.

Bueno, tavam as famílias ali, tomando mate, no galpão, quando se chegou um correntino chamado Golias com mais uns trinta castelhanos do lado dele.

Abriram a cordeona e quiseram obrigá as prenda a dançá uma milonga.

Foi quando os velhos, que eram de muito respeito, se incomodaram e deu-se o entrevero.

Peleia braba, seu.

O correntino Golias, na voz de vamos, já se foi e degolou de um talho só o Noé e o velho Moisés, e já estava largando planchaço em cima do mulherio, quando um piazito carreteiro, de seus dez anos e pico, chamado Daví, largou um bodocaço no meio da testa do infeliz, que não teve nem graça.

Aí a indiada toda se animou e degolaram os castelhanos.

Dois que tinham desrespeitado as prendas foram degolado com o lado cego do facão.

Foi uma sangreira danada, tanto que até hoje aquele capão se chama Capão do Mar Vermelho.

Entonces foi nomeado delegado um tal de major Salomão.

Era home de cabelo nas venta, o major Salomão.

Nem les conto.

Um dia o índio tava sesteando quando duas velhas se botaram em cima de um gurizote que tava vendendo pastel.

O major Salomão era muito chegado ao piazito e passou a mão no facão e, de um talho só, cortô as velhas em dois.

Por essas estimativas, o major Salomão o que tinha de brabo tinha de mulherengo.

Eta índio bueno, seu.

Onde boleava a perna - pois nunca tinha usado cueca, já deixava filho feito, e como vivia boleando a perna, teve filho que Deus me livre, e tudo com a cara dele, que era pra não haver discordância.

Só que quando Nosso Senhor qué, até égua véia nega estribo.

Logo, logo, a filha das predileção do major Salomão, uma tal de Maria Madalena, fugiu da Estância e foi ser china de bolicho.

Foi uma vergonheira pra família, mas ela puxou à mãe que era uma paraguaia meio gaudéria que nunca tomou jeito na vida, e o pobre do major Salomão se matou-se de sentimento com uma pistola Eclesiaste de dois canos.

Mas vejam como é a vida.

Essa mesma, a Madalena, se casou-se depois com um coronel Ponciano Pilato.

O coronel Ponciano foi quem tirou ela da vida.

Eu conheço três causos do mesmo feitio e nenhum deles deu certo.

Como dizia muito bem o meu finado pai, mulher quando toma mate em muitas bombas, nunca mais se acostuma com uma só.

Mas nessa contraproducente até que houve uma contrapartida.

O coronel Ponciano e a Madalena tiveram doze filho, os tal de Apóstolo que são muito conhecido pelas bondade e caridade que fizeram.

Foi até na casa deles que Jesus Cristo churrasqueou com a cunhada da Maria Madalena que depois foi santa afamada.

A tal de Santa Ceia.

Era um tempo muito mal definido.

Andava uma seca braba nos campo.

São José e a Virge Maria tinham perdido todo o gado e só tavam com uma mula branca no potrero, chamada Samaritana.

Um rico animal, criado em casa desde guacha, que só faltava falá.

Pois tiveram que se desfazê da pobre guachinha.

E como as desgraça quando vem, já vem de braço dado, foi bem aí que estourou a Revolução.

Os Maragatos, chefiados por um tal de coronel Jordão, acamparam na entrada da Vila.

Só não entraram porque tava lá um destacamento comandado pelo tenente Lazaro, aquele mesmo que por duas vezes foi dado como morto; mas aí um cabo dos provisório, um tal de cabo Judas se passou-se pros Maragatos e já se veio uns tal de Romano que tavam com uma força de Cavalaria agrupada numas várzeas e ocuparam a Vila.

Nosso Senhor foi preso pra ser degolado por um preto muito forte e feio chamado Calvário, degolador afamado, e que era filho da velha Palestina que tinha sido cozinheira da Virgem Maria.

Degolador é como cobra, desde pequeno já nasce ingrato.

Mas entonces botaram o Nosso Senhor na cadeia junto com dois abigeatários, um tal de João Batista e o primo dele, Heródio dos Reis.

Os dois tinham peleado por causa de uma baiana chamada Salomé e no entrevero balearam dois padres, monsenhor Caifás e cônego Atanásio.

Mas aí veio uma força da Brigada comandada pelo coronel Jesusalém que era meio parente do home por parte de mãe e com ele veio mais dois corpo de Provisório e se pegaram com os Maragatos.

Foi 40 dia e 40 noite de bala e bala.

Morreu três Santos na luta: São Luca, São João e São Marco.

São Mateu ficou trêis mez morre não morre, mas salvou-se o índio finalmente.

Nosso Senhor pegou três balaços, um em cada mão e mais um que varou os pé de lado a lado, e ainda levou mais um pontaço na altura da costela.

Ferimento feio que Jesus curou tomando vinagre.

Aí, Nosso Senhor desiludiu-se dos homes, subiu numa cruz, disse adeus pros amigos e mandou-se de volta pro céu, deixando os dez Mandamentos, que em verdade, são só cinco, mas que se pode acolherá em dois: NÃO SE MATA HOME PELAS COSTAS, NEM SE COBIÇA MULHER DOS OUTROS PELA FRENTE.

Coisas de gaúcho

Coisas de gaúcho
Sem dúvida, no Rio Grande do Sul se desenvolveu algo especial em termos de inteligência, pois somos um “inconsciente coletivo” gerado a partir de diversas culturas, onde realmente houve miscigenação.
Especialmente quatro muito complementares entre si, são preponderantes. Somos uma mistura de alemães, italianos, portugueses e argentinos/espanhóis. Dos alemães temos a habilidade técnica, a capacidade de sistematização, o vínculo com e o orgulho pelo trabalho. Dos italianos a inventividade, o "dar nó em pingo d’água", a criatividade, senso estético. Dos portugueses, a preservação dos valores, tanto que o movimento do tradicionalismo gaúcho, é o maior movimento cultural organizado do mundo e dos argentinos/espanhóis, a postura de "deixa comigo" – disponibilidade e voluntarismo.
Sendo assim, porque não somos o Estado mais desenvolvido e economicamente forte? Porque ainda não "tomamos conta do mundo"? Muitas vezes só conseguimos “dar certo” saindo daqui ou “fazendo de conta” que estamos sendo caudatários de outros, ou pior, nos subordinando a interesses espúrios e alienos aos nossos, bastando para isso que nos dêem um aparente destaque, um falso primado, algo que nem de longe pode ser encarado como a realização sadia e positiva de um potencial inerente.
Limitamo-nos imensamente nas nossas possibilidades, por termos herdado também o lado perverso, doente, complexual, ruim, destas culturas. Dos alemães a inveja, grande desperdício de tempo e energia. Dos italianos, a "cultura Grenal" - torcer mais contra o outro, que a seu favor, somos o povo mais fofoqueiro do Brasil e possivelmente do mundo, o que é maior desperdício que a da inveja. A "cultura Granal,", é algo bastante presente na cultura latina, mas mais forte nos que vieram “per fare l’América”.
Dos portugueses, o complexo de vira-lata, o que nos faz ter a postura de nos sentirmos menos capazes e grandes do que em realidade somos, levando a uma estúpida subordinação a outros, muito menos capazes do que nós.
E dos “hermanos”, a arrogância infantil, pois compramos brigas que não são nossas e nos omitimos nas que nos dizem respeito, acabando mais “sendo do contra", apenas por ser, do que na verdadeira busca de vantagens e resultados, repetindo um comportamento de pré-adolescente, que disputa com os amigos “quem tem o maior”, quando para a sua finalidade, pelo menos em relações heterossexuais, essa é a última coisa a ser valorizada. Quando se faz isso como adultos, temos as crises de ciúmes e os ”concursos de beleza” mais fúteis e estúpidos que se pode ter.
Cada um desses desvios de conduta, por si só já atrapalha. Obviamente misturados, mais ainda, o que gera uma imensa frustração. Isso nos torna extremamente manipuláveis por aqueles que dominam a tecnologia de lidar com as massas, pois ela se baseia especialmente na exploração da frustração das pessoas. O que ocorre mais fortemente com os frustrados.
Dentro deste contexto, muitas vezes causamos enormes prejuízos, a nós e a outros, quando circunstancialmente o lado doente é mais forte que o sadio.
Como um pequeno exercício de mudança consciente de um comportamento negativo, pode-se começar por não ser fofoqueiro , falar mal dos outros, ou pelo menos nos informarmos direito ou não acreditar em desculpas usadas por outros para justificar erros cometidos por eles, por exemplo.
Para que não sejamos multiplicadores de mediocridade, ou seja, fofoqueiros e não emitir conceitos inadequados sobre algo ou alguém, quando se é solicitado a isso ou não, deveríamos ter a especial gentileza e educação de nos informar a respeito da consistência e coerência do que vamos comentar. Assim, se porventura um dia quisermos nos manifestar ou formos instados a isso e se tenha apenas um lado da versão, para não sermos tipicamente meros fofoqueiros gaúchos, convém, no mínimo, ressaltar isso, pois em todo o fato sempre existem duas versões e normalmente “médium virtum est”, ou seja, a virtude está no meio. Havendo algum fato nos imponha responder a respeito do que somos consultados, em se achando que devemos nos posicionar, que tal ouvir o que o outro lado tem a dizer do que se soube apenas de um, ou pelo menos referir que se conhece apenas um lado da versão?
Precisamos, nós gaúchos, nos responsabilizar e beneficiar com essa especial inteligência que temos, fazer com que ela pare de se voltar contra a nossa evolução, crescimento social e econômico. Se cada um se preocupar em se ajudar e basta isso para que paremos de prejudicar gratuitamente outros, a vantagem coletiva será enorme, como atestam aqueles que agem assim.
No mínimo, iremos parar de apenas valorizar o que “vem de fora”, como melhor do que o nosso.

Posso contar com você?

Harry G. Fockink, empresário, mentor da “Universidade do Churrasco” harry@fockink.com.br

CANTO GREGORIANO COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO?

CANTO GREGORIANO COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO?

Ao entrarmos em um supermercado, numa loja de conveniência ou tantos outros negócios, em praticamente qualquer lugar do mundo, não notamos diferenças significativas, se considerarmos a especialidade em relação a ela mesma, independente de qual rede a loja pertença ou país em que estamos.

Entrar em um desses negócios é como ir a uma igreja católica para assistir a missa. A liturgia é a mesma, muda pouco de uma unidade para outra. Dependendo do pároco, do padre que oficia a missa, nos sentimos um pouco mais ou menos atraídos e a voltar outras vezes. Morando perto ou não.

Essa era minha visão até recentemente. Ao receber a visita de um familiar em São Paulo, ele sugeriu que no domingo de manhã fossemos assistir o culto no Mosteiro de São Bento, não só pelo conteúdo religioso, importante para ele, o que poderíamos fazer em tantas outras igrejas mais próximas, mas especialmente pelo canto gregoriano. Como sou um esporádico apreciador deste tipo de cântico, a bem da verdade, menor do que a minha visita, de bom grado aceitei a sugestão. Até porque já havia ouvido diversas outras referências da “missa dominical do Mosteiro de São Bento”.

Ao me informar a respeito, fiquei sabendo que era um evento muito bem freqüentado e convinha chegar cedo. No domingo da visita fomos até o local uma hora antes. Para minha surpresa, o templo já estava com boa parte da sua lotação tomada. No horário do culto havia pelo menos três vezes mais pessoas do que a lotação oficial do local: 638 pessoas. E de todas as idades, mas interessantemente muitos jovens. E para assistir a uma missa!

A liturgia foi a usual com apenas uma diferença - os Cânticos Gregorianos. Apreciei o ofício religioso como há tempos não o fazia. Isso que sou de outra religião e freqüentador não assíduo de eventos dessa natureza. Foi realmente algo diferente. E isso não ocorreu apenas comigo e minha visita. Ao observar a forma compenetrada de quem assistia comparado com os cultos normais da mesma igreja, comecei a me dar conta que, se uma organização religiosa tradicional e conservadora consegue um fenômeno como o que eu testemunhei, usando apenas “ferramentas” tradicionais e conservadoras, pode-se obter o mesmo resultado em outras atividades.

Após a missa refleti como poderia ser o “Canto Gregoriano” de uma infinidade de outras atividades. Num supermercado, um dia da vizinhança, num banco o dia sem fila, numa universidade, eventos que fossem “ritos de passagem” para seus alunos, etc. É apenas uma questão, menos de criatividade, mas muito mais de resgate de “ferramentas” que já foram usadas e abandonadas ou esquecidas.

Ao explicitar minhas divagações aos meus acompanhantes e algumas pessoas que ficaram fisicamente próximas a mim ao final do culto, numa extensa fila para comprar os produtos feitos pelos Monges, recebi respostas que realmente seria bom ter, analogamente, “Cantos Gregorianos” em mais locais. Mas também comentaram que na empresa em que trabalham, iria ser difícil, pois vão dizer que já tentaram e não adiantou etc.

No entanto, nem tudo se perdeu, pois além de eu ter gostado da missa e certamente irei voltar outras vezes, ela me inspirou a escrever esse artigo, que espero estimule a outros, a uma pequena reflexão. Além disso, um dos meus “vizinhos” de fila, esperou por mim e disse que tinha gostado das minhas observações. E que na segunda ele iria propor na sua empresa, e se entendi corretamente, é uma grande construtora e ele é o seu presidente, que tivessem as suas “missas com Canto Gregoriano”. Com isso, o domingo se tornou ainda mais especial ainda para mim.

Reflita a respeito do que poderia ser um “Canto Gregoriano” na sua atividade e se nada de especial lhe ocorrer, que tal assistir e se inspirar na missa matinal no próximo domingo no Mosteiro de São Bento?
Harry Fockink, Empresário. harry@fockink.com.br – Palestrante do Fórum Terceirização e Empresabilidade a se realizar 4 e 5 de maio na Fecomércio em São Paulo

As sete virtudes e os sete pecados capitais no ambiente empresarial brasileiro.

As sete virtudes e os sete pecados capitais no ambiente empresarial brasileiro.

Segundo a Bíblia, os Sete Pecados Capitais são gula, avareza, luxúria, inveja, ira, preguiça e soberba. Comportamentos que nascem sadios, mas por serem praticadas em excesso ou de forma obsessiva se voltam contra a pessoa. Assim como ambição desmedida vira ganância, hedonismo se transforma em gula, austeridade financeira e respeito à psicologia do dinheiro em avareza, excitação em luxuria, autoconfiança em soberba, admiração em inveja, o importante ócio criativo em preguiça e a inconformidade em ira. O limite que separa um e outro pode ser tênue, mas é claro. A pessoa, desde que tenha um mínimo de maturidade ou de autoconhecimento, sabe quando o ultrapassa.

E no ambiente empresarial brasileiro?

Os sete pecados são uma forma do inconsciente coletivo brasileiro se manifestar. São comportamentos inadequados gerados a partir de crenças ou posturas incoerentes que adquirimos por viver no Brasil. Não incluem eventuais desvios de caráter, como desonestidade e falta de ética, entre outros.

Da mesma forma como os pecados originais impedem o acesso ao Reino dos Céus, os do ambiente empresarial bloqueiam ou dificultam o caminho para participar do reino dos grandes jogos e competições. Quando a participação é permitida, o campeonato, os jogos, os desafios, os outros jogadores e especialmente os prêmios, isso quando existem, são para amadores ou somos o trouxa da rodada. As exceções, que felizmente ocorrem cada vez mais, apenas confirmam a regra.

Baseados em anos de observação e pesquisas, coletei os principais pecados:

1 – Complexo de inferioridade ou “de vira-latas”, segundo Nelson Rodrigues. O pior dos pecados, mas o mais fácil de curar. Basta parar no caminho entre a subserviência, que é diferente da sadia humildade e a arrogância, a soberba – olha ela ai outra vez. Passamos direto do comportamento vira-lata para o de elefante em loja de cristais. Antes, um pouco antes, está o limite. O ponto ótimo se encontra quando passamos pelo estágio de homo sapiens. Mantendo-nos nele, não sendo subservientes nem arrogantes, somos altamente funcionais!

Nossos antepassados portugueses geraram esse complexo, reforçado pelo tipo de imigrante de outras etnias que recebemos e as circunstâncias da sua vinda.

Como testar se sofremos de “vira-latismo”? É o caso se, especialmente ao negociar, falamos “portunhol” com os argentinos, ou inglês “sambônico” com americanos. Se for algo importante devemos contratar um tradutor e se não for, eles que falem nossa língua! Quando se tenta falar a língua do outro, sem a dominar como se fosse nossa, proporciona-se a passagem psicológica que torna o interlocutor superior a nós com todas as implicações conseqüentes.

2 – Vergonha de vender. O pecado mais caro, o que mais nos onera. Países minúsculos como a Holanda ou poderosos como os EUA tem a postura comercial na raiz do seu sucesso. A vergonha se origina numa combinação do complexo de vira-latas dos lusos com a crença dos italianos e alemães, entre outros, de que “basta fazer bem feito que alguém há de comprar”. Consideravam vergonhoso ter que vender, pois isto significava que estavam fazendo algo ruim, que ninguém desejava. No auge da imigração, quando o nosso inconsciente coletivo empresarial foi formado e a demanda era maior do que a oferta, isso até podia ser verdade. Não atualmente, em que pela primeira vez na história da humanidade, temos excesso de oferta de praticamente tudo.

3 – Vergonha do lucro, de ganhar, ou melhor, fazer dinheiro. Não é mais fácil um camelo passar pelo olho da agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus? Mesmo que haja uma falha na tradução e o animal nada tenha a ver com a história, a cultura do voto de pobreza é responsável por esse pecado. Como uma sadia formalização da inteligência, precisamos cultuar a riqueza, em todos os seus aspectos!

4 – Concursismo - neologismo adequado para o Brasil, onde o primado social pertence à tecnoburocracia estatal. Isso leva muitos “quererem passar num concurso”. Infelizmente boa parte dos melhores o consegue. Depois são coniventes com sua mediocrização. Esse pecado também se manifesta através da péssima forma como o Estado se relaciona com o empresário. E desde o tempo do Império. Basta ver as atrocidades cometidas com o Visconde de Mauá. Este comportamento se origina no “bacharelismo” que imperava já antes da corte portuguesa chegar ao Brasil. Os comerciantes não eram bem-vindos nos salões do império. É óbvio que havia duas origens: a religião e os proprietários rurais

Este comportamento também reforça o ódio que alguns segmentos da sociedade têm pelo empresário. Segundo a ONU, entre as milhares de profissões catalogadas, a de empresário é única que gera riqueza. As demais vivem dele. O empresário deve ser encarado como o braço operador da providência divina. Quando ele está bem, muitos estão. Inclusive os que vivem dos impostos que paga. Quando está mal, todos estão ou ficarão. Nos países ricos, o referencial, o modelo, a figura mais admirada e imitada é o empresário.

5 – Indisciplina, predisposição para desistir, falta de foco, ausência da constância de propósito, da convicção, do monitoramento sistemático e baixa capacidade de superar adversidades. Esperamos e quereremos que as coisas caiam do céu, e no colo de preferência, para não dar muito trabalho.

Bastaram, aos chamados Tigres Asiáticos, a eliminação desse pecado, transformando idéias em ações concretas, monitorando o processo, estimulando o aproveitamento de oportunidades para que ficassem ricos.

6 – Unilateralidade, ser contra o outro, deslealdade, “descombinar” ao invés de recombinar, egocentrismo - uma distorção do egoísmo, algo sadio que nos auto-responsabiliza e faz crescer. Este pecado também poderia ser chamado de “Lei de Gerson”. Ele que não foi gerado pelo anúncio de um cigarro - este apenas explicitou uma crença que faz parte do nosso inconsciente coletivo e por isso marcou tanto. Outra forma dele se manifestar ocorre quando compramos brigas que não nos dizem respeito, ou nos tornamos marionetes em jogo de interesse que não nos beneficia - algo freqüente no ambiente político, sindical e dos “ecochatos”.

7 – Identificação com perdedores - mais uma manifestação de imaturidade, algo bastante presente em todos os demais pecados, mas nesse ainda tem o agravante de reforçar o assistencialismo que mediocriza a todos os envolvidos. É uma manifestação genuína e tipicamente brasileira, que poucas vezes encontrei em outras culturas. Origina-se na combinação de todas as crenças negativas interagindo entre si e se reforçando mutuamente.

Para checar, individualmente ou num plenário bastam cinco minutos de um jogo de futebol entre dois clubes desconhecidos do público presente. Nos países ricos, a maioria dos presentes automaticamente torce pelo que estiver vencendo. No Brasil, dependendo de onde for o teste, ocorre o contrário. Quanto maior o desenvolvimento, mais torcem pelo vencedor. Isso explica o baixo desempenho de Pelotas, por exemplo, que tem em excesso tudo o que se diz que falta para o Brasil “dar certo”, mas há décadas encontra-se num enorme marasmo. Apesar de ter cultura, boa localização, proximidade com porto, duas universidades, escolas técnicas, etc. E o que dizer de Cuba?

Livramo-nos de mais um pecado ficando atentos às nossas reações checando, se estamos admirando ou invejando, se “levamos vantagem” apenas para ser contra o outro, unilateralmente, ou se estamos sendo a nosso favor de forma coerente.

De certa forma, todos os pecados estão inter-relacionados, um reforçando o outro, mas a identificação com perdedores realimenta muito o complexo de vira-latas e vice-versa. Por outro lado, a redução de um ajuda na eliminação do outro.

Conseqüências negativas dos Sete Pecados – induz, de maneira muito forte, que se use negativamente a nossa imensa capacidade criativa e de encontrar alternativas e possibilidades. Por exemplo, infelizmente, o Brasil possui um grande número e alguns dos maiores “especialistas" em fraudes digitais do mundo, os “crackers”. São indivíduos com conhecimentos técnicos às vezes profundos e outras vezes nem tanto, mas que são capazes de invadir sistemas com diversos recursos "anti alguma coisa", como os antivírus, antispam, antispyware, firewall, IPS, IDS, etc., para roubar. Isso sem contar os “hackers” que invadem apenas pelo prazer de fazê-lo.

Para obter a remissão dos pecados empresariais, a experiência mostra que devemos cultuar o que temos de bom e automaticamente “seremos perdoados”. O Brasil tem o privilegio de ser formado por etnias muito diversificadas, que realmente se misturaram criando um dos mais fascinantes inconscientes coletivos que a humanidade já produziu. Precisamos, além de evitar se volte contra nós, passar a usá-lo a nosso favor.

Se dos portugueses temos o complexo de vira-latas, também vem deles o respeito à tradição, o que serve de portador de diversas manifestações importantes. Das folclóricas como a nordestina e a gaúcha, que proporcionam inúmeras atividades culturais e comerciais, até o forte culto às crenças existentes. É inerente ao ser humano defender no que acredita, imagina isso reforçado pela nossa postura lusitana. Chegamos a matar pelas nossas crenças, convictos de que estamos certos, por isso, melhor se elas forem positivas e sadias, até porque daí valorizaremos a vida e tudo o que ela tem de belo e melhor.

Dos espanhóis temos a predisposição para entrar em disputas que não nos dizem respeito, mas também a voluntariedade.

Os italianos legaram a cultura latina de ser contra o outro, mas também a criatividade, o senso estético, o dar “nó em pingo de água”, o “jeitinho”.

Dos alemães temos a inveja, mas também o orgulho pelo trabalho, a capacidade de organização e sistematização.

E isso referindo apenas quatro das muitas etnias que nos formam.

E as Sete Virtudes dos brasileiros no ambiente empresarial? São muito mais que sete. Elas serão abordadas em novos artigos. Como um estímulo para futuras reflexões, imagine o que nos aguarda se conseguirmos nos livrar dos pecados e ainda desenvolver as virtudes!

Por enquanto duas indicações. Apenas duas, mas para desenvolvê-las precisamos nos superar muito, especialmente para começar. Mas se você leu até esse ponto, as chances são enormes, existe disponibilidade ou temos opiniões semelhantes, já que não é comum nos interessarmos pelo que nos contraria. Gostamos de reforçar crenças existentes e detestamos mudar. O que é uma pena, pois se o fizermos, nós brasileiros teremos bem mais do que sete hábitos extremamente eficazes.

Primeira indicação – Assim como é recomendado na Bíblia – inicialmente admitir que pecamos e reconhecer quais pecados estão mais presentes na nossa vida. Esse é um passo fundamental para evoluir, mudar e obtermos a remissão. A grande vantagem é que não precisamos de um agente externo para nos perdoar. Eventualmente uma ajuda para mudar um comportamento pode agilizar o processo, mas a evolução para a virtuosidade pode ocorrer numa combinação da pessoa com ela mesma.

Redimimo-nos adquirindo conscientemente o comportamento “não pecaminoso” exercitando-o até que ele se torne inconsciente. Podem ser todos os pecados dos quais sofremos ao mesmo tempo, ou priorizando o que mais nos atrapalha.

Adquirir um novo comportamento é como quando aprendemos a dirigir. No início ocorrem alguns solavancos, com o tempo, o treino, a repetição, o fazemos sem pensar e com imenso prazer. Pelas minhas observações são necessários, sem nenhuma relação cabalística, sete meses para consolidar o processo. Como disse sabiamente a respeito deste artigo, quando estava sendo desenvolvido, Jorge Gerdau Johannpeter, um dos melhores exemplos brasileiros cujos pecados, no contexto deste artigo, estão perdoados, talvez por algumas gerações: “importante é ler, entender e evoluir”.

2 – Praticar de forma consistente os aspectos positivos que compõe o nosso inconsciente coletivo. Como já estão em nós, precisamos apenas fazer com que aflorem, se tornem conscientes e se manifestem mais que os negativos. Mantendo a analogia, é como passar de um carro com problemas para um novo com direção e cambio hidráulico. As primeiras vezes que o dirigimos nos atrapalhamos um pouco, depois não gostamos mais de como era antes. Felizmente.


Podemos e devemos ser bem sucedidos! São muitas e cada vez em maior número os exemplos disso. Vale a pena e é possível. Se uma vez, contra tudo e todos, Ozires Silva pariu e fez crescer a Embraer, hoje uma das principais indústrias do setor no mundo, o que você está esperando para escrever uma história parecida? Mesmo que não pareça, hoje é mais fácil. E necessário.

Harry G. Fockink, em ordem crescente de importância: Engenheiro, Administrador, Empresário e Vendedor

A segunda mais importante profissão

A segunda mais importante profissão

A atividade de empresário, segundo um trabalho de pesquisa realizado pela ONU, foi considerada a única, entre milhares de profissões, 6460 se estou bem lembrado, que gera valor. Assim, sem dúvida, é a mais importante. Considera-se empresário todo aquele indivíduo que se responsabiliza de forma autônoma por si e que gera oportunidade para outros poderem de forma direta obter ganhos ou pelo menos seu sustento. Isso engloba desde o pequeno agricultor com sua “empresa familiar”, até sócio-executivos de grandes corporações internacionais. Trata-se de uma constatação difícil de ser aceita em certos ambientes. Especialmente no Brasil onde o primado social, desde os tempos do Império, é da tecnoburocracia estatal e paraestatal. O que, diga-se de passagem, não ocorre em nenhum país desenvolvido. Neles não foi invertida a ordem – o Estado permanece servindo a sociedade e não como acontece no Brasil – o Estado se serve dela.

Tenho refletido muito sobre qual seria a segunda profissão mais importante. Conclui que é a de professor. Especialmente o universitário, já que ele é formalizador do “rito de passagem” que ocorre entre a infância, adolescência e a vida adulta. Em outras palavras, eles têm diretamente a responsabilidade de treinar e desenvolver milhares de jovens, de maneira que estes assumam a mais importante das profissões. Se trabalharem bem, em geral, a universidade formará um grande número de empresários. Se não o fizer, limitará seus alunos. Um sintoma para avaliação é verificar quantos empreendedores, que querem ser empresários, se formam todos os anos e quantas pessoas que pensam apenas em buscar emprego ou pior, futuros frustrados, “concursistas”.

No Brasil, assim como o empresário não tem consciência da importância de seu papel, já que aceita e é conivente com a perversa situação do primado social ser da burocracia estatal e não dele, as instituições públicas e privadas de ensino superior que pesquisei, não se dão conta da importância social do professor. A atividade, na nossa história mais recente, desde a década de 60 é mal remunerada, mal tratada, ignorada em suas contribuições, mal vista, a ponto acabar atraindo um tipo de profissional inadequado para exercer, reiterando, a segunda mais importante das profissões. Em boa parte dos casos, as exceções apenas o confirmam, a atividade se tornou opção de quem não tem opção, ou seja, quem não tem coragem para ser um empresário ou fazer carreira numa empresa, ou ainda não passou em algum concurso, vira professor universitário.

E agora as boas notícias. Como no Brasil boa parte do ensino superior é privado, temos a excepcional oportunidade de modificar aceleradamente este estado de coisas. É rápido e fácil decidir pela mudança. Basta treinar os professores, mesmo os que o são por falta de opção, na metodologia do Coaching Integrado, desenvolvido por Rhandy Di Stefano. Não me iludo que tomada a decisão, magicamente as coisas vão acontecer. Conheço a imensa resistência a mudanças que existe no meio acadêmico, mas como a metodologia necessária está disponível, é de fácil acesso e absorção e uma vez a pessoa tendo tomado contato com ela, são proporcionadas significativas melhoras para ela, a sua multiplicação se dará rapidamente dentro da universidade. Assim, a grande mudança que tanto precisamos também irá ocorrer devido à imensa força multiplicadora das Instituições de Ensino Superior. Duvida? Então experimente...