quarta-feira, 11 de abril de 2007

CANTO GREGORIANO COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO?

CANTO GREGORIANO COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO?

Ao entrarmos em um supermercado, numa loja de conveniência ou tantos outros negócios, em praticamente qualquer lugar do mundo, não notamos diferenças significativas, se considerarmos a especialidade em relação a ela mesma, independente de qual rede a loja pertença ou país em que estamos.

Entrar em um desses negócios é como ir a uma igreja católica para assistir a missa. A liturgia é a mesma, muda pouco de uma unidade para outra. Dependendo do pároco, do padre que oficia a missa, nos sentimos um pouco mais ou menos atraídos e a voltar outras vezes. Morando perto ou não.

Essa era minha visão até recentemente. Ao receber a visita de um familiar em São Paulo, ele sugeriu que no domingo de manhã fossemos assistir o culto no Mosteiro de São Bento, não só pelo conteúdo religioso, importante para ele, o que poderíamos fazer em tantas outras igrejas mais próximas, mas especialmente pelo canto gregoriano. Como sou um esporádico apreciador deste tipo de cântico, a bem da verdade, menor do que a minha visita, de bom grado aceitei a sugestão. Até porque já havia ouvido diversas outras referências da “missa dominical do Mosteiro de São Bento”.

Ao me informar a respeito, fiquei sabendo que era um evento muito bem freqüentado e convinha chegar cedo. No domingo da visita fomos até o local uma hora antes. Para minha surpresa, o templo já estava com boa parte da sua lotação tomada. No horário do culto havia pelo menos três vezes mais pessoas do que a lotação oficial do local: 638 pessoas. E de todas as idades, mas interessantemente muitos jovens. E para assistir a uma missa!

A liturgia foi a usual com apenas uma diferença - os Cânticos Gregorianos. Apreciei o ofício religioso como há tempos não o fazia. Isso que sou de outra religião e freqüentador não assíduo de eventos dessa natureza. Foi realmente algo diferente. E isso não ocorreu apenas comigo e minha visita. Ao observar a forma compenetrada de quem assistia comparado com os cultos normais da mesma igreja, comecei a me dar conta que, se uma organização religiosa tradicional e conservadora consegue um fenômeno como o que eu testemunhei, usando apenas “ferramentas” tradicionais e conservadoras, pode-se obter o mesmo resultado em outras atividades.

Após a missa refleti como poderia ser o “Canto Gregoriano” de uma infinidade de outras atividades. Num supermercado, um dia da vizinhança, num banco o dia sem fila, numa universidade, eventos que fossem “ritos de passagem” para seus alunos, etc. É apenas uma questão, menos de criatividade, mas muito mais de resgate de “ferramentas” que já foram usadas e abandonadas ou esquecidas.

Ao explicitar minhas divagações aos meus acompanhantes e algumas pessoas que ficaram fisicamente próximas a mim ao final do culto, numa extensa fila para comprar os produtos feitos pelos Monges, recebi respostas que realmente seria bom ter, analogamente, “Cantos Gregorianos” em mais locais. Mas também comentaram que na empresa em que trabalham, iria ser difícil, pois vão dizer que já tentaram e não adiantou etc.

No entanto, nem tudo se perdeu, pois além de eu ter gostado da missa e certamente irei voltar outras vezes, ela me inspirou a escrever esse artigo, que espero estimule a outros, a uma pequena reflexão. Além disso, um dos meus “vizinhos” de fila, esperou por mim e disse que tinha gostado das minhas observações. E que na segunda ele iria propor na sua empresa, e se entendi corretamente, é uma grande construtora e ele é o seu presidente, que tivessem as suas “missas com Canto Gregoriano”. Com isso, o domingo se tornou ainda mais especial ainda para mim.

Reflita a respeito do que poderia ser um “Canto Gregoriano” na sua atividade e se nada de especial lhe ocorrer, que tal assistir e se inspirar na missa matinal no próximo domingo no Mosteiro de São Bento?
Harry Fockink, Empresário. harry@fockink.com.br – Palestrante do Fórum Terceirização e Empresabilidade a se realizar 4 e 5 de maio na Fecomércio em São Paulo

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